Hoje celebramos o dia da Consciência Negra, a data rememora a resistência do povo preto quanto a opressão, exploração e morte imposta não apenas durante a trágica história da escravidão no país, quando homens impuseram a outros seres humanos a lógica da propriedade sobre a vida e a liberdade, isso tudo baseado na fúria da tortura como prática de coesão, baseada na política do medo para formar capital.
Repudiar a escravidão é fudamental, pois esse modelo de produção, ainda existente no Brasil, impõe a pessoa humana a perca de sua dignidade. Porém, a luta ultrapassa o combate à escravatura, pois a população preta liberta sem garantias sociais e econômicas foi exposta a uma condição de pobreza extrema. Hoje, a carne negra, como diz a cantora Elza Soares, lota nossos presídios, morre aos milhares em nossas áreas urbana não apenas pela disputa local, mas principalmente pelas forças de segurança do estado. Além de liderar dados assustadores no tratamento psiquiátrico e abuso e violência contra mulheres.
A “negrinha e o negrinho” outra hora açoitado com a complacência do estado brasileiro, depois dos abusos fomentados pelos estado lusitano, agora, o vilipêndio humano é imposto por organizações criminosas, milícias e pelo próprio Estado, o qual muitas vezes é administrado por representantes que mantêm vínculo com as estruturas criminosas. "A carne mais barata do mercado, a carne negra" é obstado pelo racismo que é uma realidade no país, expressa não apenas pelo método da violência, mas também pelos apontamentos técnicos. Um deles consiste na meritocracia. Caminho que retira da efetiva disputa de vagas o povo preto, pois, somos nós que precisamos trabalhar desde cedo para ter a garantia do direito constitucional de comer e morar.
Essa necessidade de superação e mobilização permanente para por fim a realidade opressora e pela construção de um outro Brasil, fortalece mudanças conjunturais que perpassam pelo surgimento de organizações representativas, dentre elas posso citar o Movimento Negro Unificado (MNU), criado na década de 1970, e as entidades reresentativas de quilombolas, terrítórios em processo de reconhecimento, os quais terão vários títulos concedidos hoje, pelo Presidente da República. Essa forma de atuação possibilita ganhos como o estatuto da igualdade racial e a política de cotas para acesso ao ensino superior e em vagas de concursos públicos.
Essa luta por ampliação do acesso dos negros e negras as políticas de forma diferenciada e equidade, em Roraima, ainda precisa de avanços, pois nem a universidade estadual e o governo do estado ainda adotaram a política de cotas para acesso. Isso, remonta a incipiência do movimento negro que conseguiu, apenas agora em novembro de 2023, a criação do conselho da promoção da igualdade racial, não por uma concessão governamental, mas um processo permanente de organização do povo e suas entidades reresentativas, eramos o único estado sem esse nível de espaço de diálogo entre o poder público e o povo. Espero que possamos avançar em vários aspectos na melhoria da qualidade de vida de uma parte significativa de nossa população.
Nesta data simbólica de reavivamento da luta política do povo preto, comemoraremos também um ano de criação do Instituto de Remanescentes de Quilombolas do Estado de Roraima, criado para possibilitar a voz de descendentes de quilombos que tiveram que se deslocar de seus lugares em virtude das dificuldades de sobreviver, entre as décadas de 1970 e 2000. As mudanças proporcionadas pelas gestões do PT diminuíram muito essas rotas migratórias, essa por exemplo oriunda do quilombo do Bom Jardim, localizado em Santarém (PA), esse nível de organização fortalece a luta política por dias melhores.
Sou ciente que a exploração impostas na atualidade são organizadas em torno do sistema de produção, a superação de todas as desigualdades impostas só se efetivará por meio da derrocada deste modelo de produção. Isso, no entanto, não impõe a inércia dos movimentos em luta por avanços, mesmo no âmbito do capitalismo. Viva a resistência do povo preto deste país tão maltratado historicamente por nossa nação.
Congo
As disputas no país giram em torno do domínio sobre a exploração de diamantes, várias são as nações e empresas que fomentam ações separatistas, um dos principais fomentadores desta realidade no passado foi a Bélgica. Em 1885, a atual República Democrática do Congo, antigo Zaire, passou a ser propriedade particular do imperador belga, em 1960, conquista sua independência, momento de graves convulsões internas principalmente entre as etnias Hutus e Tutsi, promovidas por organizações paramilitares finsnciadas por empresas ou nações, Em 1996, os Tutsi mataram cerca de 800 mil hutus no Congo em resposta ao massacre promovido pelos Hutus em Ruanda, em 1994. Logo após uma grande guerra que durou de 1998 a 2002 levou à morte de 5,4 milhões de pessoas, sendo considerada a segunda maior mortandade desde a segunda guerra mundial.
Desde o ano de 2001, a ONU mantém uma missão de paz no país, comandada desde 2018 pelo general brasileiro, Rodrigues de Miranda Filho, que conta com soldados da Índia, Marrocos, Uruguai, Guatemala, Tanzânia e Nepal. O conglomerado bélico internacional existe para tentar confrontar o Movimento 23 de março, um grupo revolucionário armado de viés nacionalista que luta elo poder político no país.
O Congo terá eleições para presidência da república no próximo dia 20/12/2023, após o rompimento da aliança firmada entre o governo e o M23, a cidade de Goma, capital do norte do país, já dominada uma vez pelo M23, em 2013, volta a ser palco de novas disputas bélicas. Essa é uma das guerras que matam milhões de crianças e possibilitam lucros enormes aos complexos militares de países como os EUA e Israel. Tudo fomentado para se ter o controle de diamantes, um souvenir valorizados pela lógica capitalista de transformar as coisas em produtos, mesmo que para isso o derramamento de sangue seja a ferramenta do controle de pessoas.
IA
O crescimento vertiginoso da inteligência artificial (IA) e dos processos de automação surgem com uma novidade. Após as ferramentas como o ChatGPT que escreve textos, poesias, letras de música, enfim possibilitam que nossa mente fique mais preguiçosa, surgem agora os Chatbots que consistem em estruturas que permitem a personalização daquela estrutura da versão do ChatGPT.
Você pode organizar processos internos em seu local de trabalho para esclarecimentos de diversas orientações estratégicas e operativas, facilitando, teoricamente, a disseminação da informação. O usuário possui a possibilidade de programar como quiser a estrutura de IA disponibilizada neste novo formato. Lógico que o serviço é pago, mas não demora a surgir versões gratuitas. A grande questão é o quanto nos transformaremos em descendentes destas ferramentas tecnológicas? Só sei de uma coisa: muitos serão os empregos cortados neste processo de automação com base na IA.
Como garantimos dignidade ao povo, sem postos de trabalho? O Estado proporcionará as condições adequadas de sobrevivência? Se a ascenção liberal crescer com seu discurso reacionário, transfigurado de conservadorismo, teremos muros separando os mais pobres dos mais ricos, como o estado sionista de Israel faz com os palestinos de Gaza ou os condomínios fechados no Brasil fazem com nós trabalhadores. Uma das possibilidades é que você autorize a IA a negociar por exemplo um aumento salarial ou o custo do seu aluguel, movimentado pelo aplicativo do seu banco sem que você precise fazer nehum comando. Esse é o caminho que quereos para IA?
Acidente na Exporfer
Ontem, durante a desmontagem dos equipamentos milionários alugados para as noites de volúpias, ocorreu um acidente ferindo um dos trabalhadores. O vídeo que circula nas redes sociais deixa claro que a pessoa não usava nenhum equipamento de proteção, trajava bermuda e aparentemente sandália. Recentemente um venezuelano caiu de uma altura de 12 metros e veio a óbito, enquanto trabalhava. A precarização das condições de trabalho e os contratos sem carteira assinada impõe riscos à vida da classe trabalhadora. Os fatos apontam que a DRT precisa retomar um processo de fiscalização, apoiado no sindicato da categoria, vamos firmar cooperações técnicas para melhorar a fiscalização e proteger a vida da classe trabalhadora, punindo quem expõe a risco de morte pessoas que ganham o seu sustento.
Cassação
Amanhã, o TRE/RR promete julgar os embargos de declaração apresentados por Denarium, PP e Republicanos que questionam o acórdão da cassação da chapa Denarium/Edilson. Os questionamentos dizem respeito à inclusão do vice na definição da cassação e novas eleições. A tendência é que todos os embargos sejam rejeitados e o Governador Cassado e os respectivos partidos recorram ao TSE. Provavelmente o julgamento fique para depois do recesso de fim de ano, ou seja, deve ser julgado entre fevereiro e março de 2024. Ocorrendo desta forma e confirmada as novas eleições, provavelmente enfrentaremos uma eleição conjunta para governador e prefeito da capital, ampliando os rachas já visíveis na base de Denarium.
Simpósio
Entre os dias 21 e 25 de novembro, o conselho nacional da justiça federal em parceria com o tribunal de justiça de Roraima, estarão realizando o I simpósio sobre pessoas e povos indígenas que terá como fundamento as resoluções do CNJ 287/2019, 299/2019 e 454/2022. O evento ocorrerá no auditório do do Fórum Sobral Pinto e terá como primeiro conferencista a liderança política e Xamã do povo Yanomami Davi Kopenawa que proferirá a intervenção com o título "O papel da justiça para segurar o céu". A resolução 287 versa sobre os direitos da população indígena no âmbito criminal do poder judiciário. O normativo 299 dispõe sobre a garantia de direitos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violências. A resolução 452 estabelece diretrizes e procedimentos para efetivar a garantia de acesso de pessoas e povos indígenas ao judiciário. O encontro é importante neste momento de grande vulnerabilidade imposta ao povo Yanomami que vive com o dilema de institucionalização de crianças oriundas do HCSA, esse é um debate que precisa ser feito urgentemente e que envolve múltiplos fatores, um deles é a criação de um espaço de acolhimento e proteção das pessoas que acompanham estas crianças, muitas vezes seus filhos e filhas são institucionalizadas com elas na comunidade. Essa prática é um crime cometido pelo estado brasileiro.
Bom dia com alegria.
Fábio Almeida
fabioalmeida.rr@gmail.com
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