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04/02/2022

Foto do escritor: Fabio AlmeidaFabio Almeida

A abertura do ano legislativo consiste em um protocolo da democracia burguesa que procura expor caminhos a serem observados pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, focando essencialmente nas principais ações a serem realizadas no ano em curso, infelizmente não foi isso que vimos na última quarta-feira.

Bolsonaro em seu discurso afirmou que durante a pandemia seu principal objetivo foi salvar vidas. A pessoa que quando questionado sobre o número de mortos, respondeu que não era coveiro, não possui relação alguma com a defesa da vida. Até os dias de hoje, defende o uso de cloroquina como medida paliativa e curativa da Covid-19, em detrimento da vacina, a qual foi distribuída pelo SUS, usada pelo povo brasileiro, mesmo diante de toda campanha protagonizada por apoiadores de Bolsonaro contra a vacinação.

Bolsonaro voltou a ressaltar o caráter não obrigatório da vacina, uma bandeira de sua gestão, apesar do país registrar novo picos de morte, devido a circulação da variante Omicron, em grande maioria absoluta de não vacinados. Um Presidente sério e defensor da vida, não iria ressaltar a não obrigatoriedade da vacina, ao contrário, iria citar a adesão do povo a vacinação e a significativa redução de mortes.

Outra mentira deslavada foi a retórica da proteção de empregos. Vivemos o abandono de milhões de brasileiros e brasileiras, atingidos pela crise estrutural do capitalismo e pela orientação neoliberal reinante no país, desde a ascensão dos golpistas em 2016, as dificuldades foram agravadas pela pandemia, tendo em vista a redução das cadeias produtivas e a circulação de moeda, comprometendo o setor de serviços, principal ramo econômico de trabalho dos brasileiros e brasileiras.

Em 2020, 69 milhões de pessoas foram comtempladas com o auxilio emergencial, em 2021 esse número reduziu para 34 milhões, assistidas com metade do valor pecuniário, no ano em curso, a assistência destina-se apenas a 15 milhões de pessoas. Esses são os verdadeiros dados do abandono que Bolsonaro relegou brasileiros e brasileiras. São pessoas largadas a própria sorte, enquanto o mercado financeiro possui no orçamento de 2022 a destinação de R$ 1,9 trilhões, apenas para amortização de juros.

Bolsonaro afirmou que o Governo adotou medidas para retomada da economia de forma sólida, contínua e sustentável. Me pergunto quais os indicadores utilizados pelo Governo, pois estamos com uma inflação acima de 10%, a taxa Selic chegou a 10,75% inibindo investimentos, a renda média dos trabalhadores caiu, o número de desempregados ampliou e a carestia é uma realidade com a dolarização da economia. Enfim, quais as bases de dados utilizadas pelo Incompetente da República para mais uma vez mentir descaradamente à população?

Bolsonaro não poderia deixar de agradecer a parceria dos Deputados Federais e Senadores com o Governo na aprovação de marcos legais que potencializam a adoção de conceitos neoliberais nas relações econômicas e na diminuição do Estado, afetando diretamente direitos individuais e coletivos da classe trabalhadora. Esqueceu de apontar, em sua fala, a explicitação dos fundamentos desta parceria maldosa para com o povo brasileiro. Solidifica-se por meio do orçamento secreto, consumirá quase R$ 17 bilhões em 2022, servindo para que parlamentares sejam assediados em suas intenções de voto, isso não é parceria. É transformar o parlamento em um balcão de negócios, onde os interesses de uma burguesia minoritária, suplanta a dor, a fome e o sofrimento da classe trabalhadora, ao capturar o orçamento para atender seus interesses de claasse.

Afirma, o mentiroso costumaz, que durante a pandemia o Brasil teve um saldo positivo de 3 milhões de empregos, o Governo computa os contratos intermitentes e os prestadores de serviço sem vínculo para inflar os dados. Na realidade terminamos 2021 com mais de 12 milhões de desempregados, cerca de 6 milhões de desalentados e 33 milhões de trabalhadores subutilizados. Diante desta grave crise no mundo do trabalho, o Incompetente da República ao invés de propor medidas de enfrentamento ao desemprego foi construir um dado que não reproduz a dificuldade enfrentada pela classe trabalhadora, a falta de renda.

A fome sendo uma realidade que atinge milhões de brasileiros não foi mencionada por Bolsonaro, pelo contrário, o Governo ressaltou o papel da agricultura, afirmando que a produção na pandemia alimentou o país. Bolsonaro quer transformar a realidade do povo em um universo paralelo, por meio de sua sanha mentirosa que estrutura sua prática política tenta reescrever a realidade de sofrimento do povo.

Voltou a ressaltar a posse da arma de fogo como um direito de defesa das pessoas. Isso, no mesmo dia que Durval Filho foi alvejado por um militar. Preto, o trabalhador que deixa esposa e filha, é vítima desta onda insana de pessoas armadas possuírem o direito de tirar uma vida. O assassino alega que confundiu Durval com um criminoso, vai ver que foi pela cor da pele, racismo que leva milhares de homens pretos a morte neste país, todos os anos. Defender o uso de arma de fogo no campo, como fez Bolsonaro, é sinônimo da defesa da morte de indígenas, assentados, sem-terra e ribeirinhos, povos ameaçados pela sanha latifundiária da aristocracia brasileira.

Ressaltou ainda a produção e exportação de petróleo pelo país, mas, não tocou no enfrentamento ao alto custo do combustível e outros insumos derivados do petróleo que possuem seu valor de varejo dolarizado. Dados demonstram que a capacidade de refino de petróleo para produção combustível, no Brasil, é de 94%, quem ganha com essa dolarização são os acionistas da Petrobras, especialmente o Governo Federal que arrumou um jeito de extorquir nosso povo, garantindo lucro também as empresas, fundos de pensão e bancos, donos de outra parcela da empresa. Você trabalhador paga a conta.

O único momento em que foi aplaudido timidamente foi quando fez uma homenagem ao trabalho da polícia federal e rodoviária federal. Após dois anos de intenso trabalho árduo nos estabelecimentos de saúde, não foram os trabalhadores da saúde os homenageados, demonstrando que a vida de nosso povo não se encontra no radar do Incompetente da República. Voltou, Bolsonaro, a defender as privatizações como elementos essências ao desenvolvimento econômico brasileiro, mesmo que setores estratégicos, fundamentais a vida esteja sendo leiloado, como ocorre com a água.

Para tentar construir uma credibilidade de seu Governo, o Incompetente da República, aponta a ampliação do crescimento do investimento estrangeiro direto no país. Mesmo com todas as privatizações e concessões realizadas em 2021 e da liquidez de investimento – em virtude dos diversos suportes financeiros dos Estados nacionais as empresas e bancos durante a pandemia – o volume de entrada de dólares em 2021 chegou a U$ 58 bilhões, inferior ao ano de 2019 e menor que o total de recursos aportados no país 10 anos atrás que foi de U$ 65,3 bilhões. O Governo ao afirmar que é o maior investimento da história mente deslavadamente ao povo brasileiro.

Na conclusão de sua fala Bolsonaro voltou a defender que a internet não deve ser regulamentada por nenhum poder brasileiro, sua fala surge como ferramenta de promoção das notícias falsas, conhecidas popularmente como Fake News, enfrentadas diretamente pelo STF e TSE que afirmaram que não permitirão o uso desta ferramenta nas eleições. As mentiras nas redes sociais consistem na principal arma de manipulação de massas de Bolsonaro. Ao utilizar uma rede de líderes políticos, religiosos e empresariais para disseminar notícias falsas, busca garantir um fundo de credibilidade a informação falsa, como fazem ao tentarem desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.

 

LUTA POR DIGNIDADE

Familiares de reeducandos do sistema prisional de Roraima realizaram, ontem, uma manifestação na praça do centro cívico cobrando dignidade para homens e mulheres que cumprem penas. Os relatos apresentados criticam a qualidade da alimentação e a ausência de materiais de higiene pessoal, quando comprados pela família são confiscados pelo Estado. O sistema prisional em Roraima, dominado por facções criminosas, impõe uma dura realidade no cumprimento das penas, lembrando que parcela significativa das pessoas reclusas na PAMC não possuem julgamentos finalizados. A prisão deveria servir como um local de ressocialização, não de maior opressão.

 

19 DIAS DE GREVE

Os trabalhadores da Eletrobras completam hoje 19 dias de paralisação. Dados da Federação Nacional dos Urbanitários apontam que cerca de 80% da categoria aderiu a greve nacional que possui como pauta os seguintes pontos: revisão dos aumentos impostos a participação dos trabalhadores no financiamento dos planos de saúde; paralização da privatização da empresa e a revisão do descumprimento de cláusulas do acordo coletivo pela Eletrobras/Eletronorte. O movimento grevista dos Urbanitários consistirá cada vez mais em uma realidade da luta dos trabalhadores em todo o país em diversas categorias funcionais públicas e privadas, ante as medidas neoliberais que protegem os ricos e penalizam a classe trabalhadora.

 

SUBAVALIAÇÃO DA ELETROBRAS

Os trabalhadores do sistema Eletrobras já haviam denunciado que os valores definidos, pelo Governo, como valor de face para privatização da empresa, estavam muito abaixo do efetivo valor de mercado. Essa tem sido uma prática das privatizações no Brasil, os valores de entrada são subavaliados, levando a entrega do patrimônio nacional para oligopólios a um “Preço de Banana”.

Ontem, o TCU apontou um erro bilionário no cálculo da outorga da companhia, demonstrando que o processo precisa ser revisto, incrementando as dúvidas e o jogo de cartas marcadas denunciado, pelo FNU. Ainda em 2021, a área técnica do TCU já havia apontado um prejuízo no valor de R$ 16,2 bilhões a União com a privatização. A Lei 14.182/2021, aprovada no auge da pandemia, permite que o sistema elétrico, estratégico ao desenvolvimento nacional, seja entregue a iniciativa privada. Diante dos apontamentos, a suspensão da privatização da Eletrobras deve ser imediata, na defesa dos interesses nacionais, subvertidos pelos “Vende Pátria” que integram o Governo Bolsonaro.

 

60 ANOS DE BLOQUEIO A CUBA

No dia 03/02/1962, os EUA emitiram a Proclamação 3447 impondo o embargo comercial contra Cuba, dificultando a nação de adquirir bens essenciais como medicamentos, combustíveis e eletrônicos. A decisão estadunidense foi tomada 3 anos após a tomada do poder das mãos do Ditador Fulgêncio Batista – apoiado pelo EUA – pelo conjunto de representantes do campo e da cidade, sob a liderança de Fidel Castro e após o país se reconhecer aliado da extinta URSS.

Em junho de 2021, a assembleia da ONU condenou o embrago contra Cuba, votaram a favor deste ato de violação massiva dos direitos humanos, apenas os EUA e Israel. Para o atual Presidente Cubano Miguel Díaz-Canel a violação do direito internacional, fundamentada na Doutrina Monroe, impõe um prejuízo ao povo cubano de cerca de U$ 145 bilhões, nestes 60 anos. Atos isolados como este devem ser impedidos pela ONU, não podemos admitir que povos sejam violentados por outras nações unilateralmente, embargos e guerras devem ter aprovação da ONU, países que infringirem devem ser duramente penalizados.

 

PRF CUMPRE PAPEL SUBMISSO EM PORTO VELHO

A polícia rodoviária federal, uns dos centros de apoio institucional ao Bolsonarismo cumpriu um papel de polícia ideológica, ontem, em Porto Velho. Bolsonaro estava na capital de Rondônia e a Frente Brasil Popular organizou um ato de protesto, com faixas escritas “FORA BOLSONARO”. Vídeos publicados na internet demonstram quando, os fardados submissos, determinaram que as faixas fossem baixadas e ameaçaram as pessoas de prisão por desobediência. O papel das forças de segurança em apoio político ao trágico Governo de Bolsonaro consiste em processos preocupantes diante dos arroubos autoritários de pessoas do Governo. O movimento social, sindical e partidos políticos devem repudiar os atos da PFR e solicitar investigação e punição aos envolvidos.


BOM DIA COM ALEGRIA

 
 
 

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Jogealcast Cáceres
Jogealcast Cáceres
Feb 04, 2022

Boa tarde Camaradas!

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