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24/01/2022

Foto do escritor: Fabio AlmeidaFabio Almeida

Passamos por uma terceira onda de infecções da Covid-19, por mais que imaginasse a dificuldade dos gestores públicos brasileiros enfrentariam em sua grande maioria na pandemia, levando consequentemente ao sofrimento de trabalhadores e usuários, porém acreditva que essa situação seria superada, com o decorrer da pandemia.

Infelizmente, na segunda onda de infecção, provocada pelo Sars-Cov-2, ocorrida em 2021, o caos foi maior, as dores familiares e as mortes “sem ar” tomaram conta de nossos estabelecimentos de saúde, expondo famílias e profissionais ao convívio com decisões difíceis, as quais refletiam o direito a viver ou morrer.

Felizmente a vacina chegou. Não existe nada mais efetivo ao enfrentamento de doenças virais do que vacinas. A dedicação e colaboração de pesquisadores e laboratórios - lógico que o desenvolvimento tecnológico nos permitiu muito ganho em tempo - possibilitaram a criação de imunizantes, alguns utilizando tecnologias já adotadas, outros utilizam novas tecnologias, as quais devem revolucionar o uso de fármacos no mundo.

A não adesão as vacinas, mas principalmente a elitização do acesso das vacinas aos países mais ricos, colocam em risco a rede de atenção à saúde, devido ao surgimento de novas variantes. O desenvolvimento do vírus, com a variante Omicron, nos demonstrou dois pontos que precisamos enfrentar como nação: a) a necessidade da quebra de patentes das vacinas e sua plena distribuição pelo mundo; b) o enfrentamento a precariedade da gestão no SUS.

A ONU deveria propor formalmente, em sua assembleia, uma resolução que aprovasse a quebra das patentes das vacinas, a fim de que pudéssemos garantir a imunização de toda a população a partir de 5 anos de idade, ou mesmo 3 anos de idade no caso de uso da Coronavac. Essa medida é o único caminho para podermos espaçar o surgimento de novas variantes, tendo em vista que a circulação das diversas variantes do Sars-cov-2, será uma realidade em nossas vidas.

A construção da barreira imunológica, possibilitada pela vacina, precisa chegar a totalidade da população vacinável, portanto o acesso a vacina deve ser uma busca constante das organizações públicas e sociais do Brasil, somos um país importante na geopolítica internacional, apesar do governo Bolsonaro, deveríamos liderar um movimento em defesa da quebra da socialização das vacinas. Aqui, surge como uma ferramenta importante o passaporte da vacina para atividades laborais ou lazer, enfim o convívio em espaços públicos fechados ou com grandes aglomerações deve ter por obrigatoriedade da comprovação da vacina.

Porém, temos um problema bem maior a ser resolvido no país, a incapacidade da gestão de nossos Governantes, na oferta de serviços públicos com qualidade e acolhimento da classe trabalhadora. O principal instrumento que a sociedade possui para enfrentar a desfaçatez, incompetência e omissão dos secretários de saúde, são os espaços de controle social, os quais devemos defender sua completa democratização, pois apenas pela política não conseguiremos avançar.

É incompreensível, após duas ondas na infecção da Covid presenciarmos usuários tendo que esperar, entre 10h a 12h, para conseguir uma consulta médica, ou realizar um exame laboratorial. É completamente insano não existir uma relação de profissionais a serem contratados temporariamente, no caso da infecção das equipes dos estabelecimentos de saúde começarem a impactar os serviços. É inconcebível em plena crise econômica o Estado brasileiro deixar de auxiliar economicamente milhões de pessoas.

É insano vermos o poder público promover aglomerações, seja em festejos públicos ou no retorno de atividades presenciais de escolas, em plena ascensão no número de casos e mortes, principalmente entre os não vacinados ou sem esquema de imunização completo. Esse número em Roraima, representa hoje um conjunto de pouco mais de 226 mil pessoas sucestíveis a contrair o vírus e desenvolver um quadro grave, colocando em risco outros serviços essenciais à vida das pessoas.

Mas, nada supera o negacionismo dos representantes do Governo Bolsonaro. No último dia 20/01/2022, o Secretário de Ciências, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Melo, publicou uma nota técnica colocando em debate novamente a importância do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Isso mesmo, não se espante! A cloroquina foi amplamente distribuída em 2020 e 2021, o resultado da utilização inconsequente desta medicação foram muitas mortes por Covid que poderiam ser evitadas. Repugnante a postura do Ministério da Saúde, diante do negacionismo da doença e da vacina proclamada pelo incompetente da República.

O secretário, no entanto, vai além da reprovação das orientações técnicas para atendimento hospitalar e ambulatorial, aprovadas pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), estrutura criada por meio da Lei 12.401/2011, para qualificar as tecnologias a serem adotadas por nosso sistema de saúde, mesmo que essas possuam aprovação de uso pela ANVISA. O erro da Conitec, em minha opinião foi ter desautorizado o uso do “kit Covid”, pois o Governo quer a Cloroquina, não a vacina.

Essa proposição, da Conitec, tirou o secretário do MS, Angotti, do plumo da gestão. No intuito de defender a liberdade de prescrição dos médicos e do uso off-label de medicamentos sem comprovação de eficácia e eficiência contra a Covid – como a cloroquina e hidroxicloroquina que possuem orientação contrária de uso pela OMS e principais agências do mundo – o secretário, colocou em dúvida a credibilidade da Conitec, apontando que interesses econômicos e políticos de pesquisadores influenciaram em suas posições técnicas.

Em sua argumentação chega ao cúmulo de afirmar que a população brasileira é exposta a medicamentos e tecnologias de saúde que não possuem garantia de segurança, eficácia ou eficiência, algo de muita seriedade que precisa ser comprovado urgentemente. As denúncias, apresentadas por Angotti, precisam ser esclarecidas à população brasileira, pois não podemos submeter nossos cidadãos a estruturas que possuam como base para suas decisões, interesses econômicos e que autorizam uso de medicamentos e tecnologias sem segurança, eficácia ou eficiência por meio de influência política ou acadêmica, não sanitária. As denúncias são sérias e precisam ser esclarecidas e comprovadas pelo Secretário, caso contrário, deve o Secretário responder criminalmente por acusações infundadas e ataques ao Estado brasileiro.

 

SEMSA BV E O KIT COVID

Para minha surpresa a Prefeitura de Boa Vista continua a entregar receitas com o Kit Covid aos boavistenses. Azitromicina, Ivermectina, Predinisona e etc são algumas das medicações que compõe a receita, parecendo ser padronizada pela gestão municipal, pois a receita encontra-se pronta, apenas o médico assina e circula a medicação a ser usada. É urgente que o MPE, a SESAU e os conselhos de saúde procurem conhecer e investigar essa situação, para apontar os riscos a que usuários estão sendo submetidos, bem como os gastos sem efetividade que impõe ao orçamento da saúde, a Prefeitura Municipal de Boa Vista.

 

O DESESPERO DE MORO

A divulgação recente de que a OAS e a Odebrecht/Atvos são responsáveis por 77% das receitas da consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, deixou o ex-juiz ladrão, em polvorosa e tentando justificar que não trabalhou para as empresas investigadas por ele durante os manipulados julgamentos da Lava Jato. Por mais que tente justificar é verdade que ao ser escorraçado, como mentiroso, por Bolsonaro, do Ministério da Justiça, Moro foi se abrigar nessa consultoria, recebendo durante o período em que esteve por lá, cerca de R$ 42,5 milhões. Parte deste recurso é pago pelas empreiteiras, as quais após serem consideradas “antros de corrupção”, pelo ex-juiz ladrão, teve em Moro o principal representante na recuperação de ativos. Enfim, um ser inexpressível que se aproveitou da estrutura do Estado para ampliar seus ganhos pessoais. Mais um entre outros picaretas da política brasileira que afanam o Estado Nacional.

 

O CERCO A NEGAÇÃO DA VACINA

Bolsonaro mobilizou parcelas da população brasileira, em 2018, por meio de uma pauta de costumes, fundamentada em sua grande parte por notícias falsas, disseminadas por inúmeras redes sociais. O surgimento da pandemia do Sars-Cov-2 destinou a pauta de costumes a um segundo plano, passando a ser prioritário inicialmente a defesa do Kit Covid e posteriormente a negação da efetividade da vacina, ou mesmo da doença. Neste sábado em entrevista a uma rádio, Bolsonaro reclamava que só sobrou o WhatsApp para disseminar suas opiniões sobre as vacinas. Ainda bem que os crimes cometidos e a política de ódio começam a ser sufocadas no país.

 

PDT CONFIRMA CIRO

Entretanto a candidatura do pedetista sofre pressões de muitos setores, inclusive dentro das entranhas dos democratas trabalhistas, surge resistência em torno da candidatura. Porém, na última sexta-feira o PDT apresentou o Ciro Gomes como pré-candidato à Presidência da República. No discurso longo e repetitivo estruturado para utilização em redes sociais, trouxe temas importantes que devem pautar os debates a partir deste ano nos embates do Congresso Nacional.

Os principais pontos apresentados por Ciro surgem em torno da: taxação de fortuna e riqueza; defesa da indústria nacional; fim do tripé neoliberal (câmbio flutuante, superávit primário e metas de inflação); revogação das reformas trabalhista e da emenda constitucional 95 (PEC do Teto de Gastos); revisão das políticas de subsídios, isenções e desonerações. Esses apontamentos trazem ao debate político uma perspectiva de combate a privilégios econômicos que usurpam recursos públicos para encher os bolsos de banqueiros e especuladores financeiros. As demais candidaturas terão que enfrentar estes temas econômicos, essenciais a superação das desigualdades.

 

DENÓQUIO VAI AO SURINAME

Em entrevista concedida ontem a uma rádio local, o governador de Roraima, que viajou ao Suriname, junto ao Incompetente da República Bolsonaro, quando questionado sobre as principais conversas efetivadas, Denóquio afirmou que tratou da exportação de carne. Opa! Sabemos que o Governador com a Copercarne busca a efetivação de um monopólio desde que assumiu o Governo do Estado de Roraima, fechando o matadouro público, centralizando o abatimento de animais em seu matadouro particular. Agora, usar dinheiro público para promover o seu negócio pessoal, demonstra como a apropriação do Estado por interesses privados continua sendo uma realidade na gestão pública do Estado de Roraima, precisando ser combatida com severidade. Os recursos públicos devem ser gastos para garantir a qualidade de vida da classe trabalhadora, não interesses particulares.

 

CORTES NO ORÇAMENTO DE 2022

Antes da publicação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), o Governo divulgou um corte R$ 1,8 bilhões, na sanção do orçamento, em aéreas estratégicas ao país. Instituições de ensino superior, programas de direitos humanos, proteção a violência contra as mulheres, pesquisa, inovação, saúde, saneamento e meio ambiente sofrem cortes no orçamento. Porém, o governo mantém o fundo eleitoral de R$ 4,8 bilhões, os R$ 16,7 bilhões de emendas secretas e R$ 1,9 trilhões para pagamento de bancos e especuladores. Mais uma vez o Governo foca na educação, saúde e programas sociais os principais cortes orçamentários, os quais ainda devem sofrer novas perdas com a DRU que deve ser públicada até o fim de março. Tudo isso demonstra claramente que a função do orçamento, sob gestão de Bolsonaro, existe para defender os mais ricos.


BOM DIA COM ALEGRIA

 
 
 

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