Ontem, completamos 3 anos de um dos maiores crimes ambientais e humanos do mundo, falo do rompimento da barragem da Vale do rio Doce, conhecidos somamos 272 óbitos, vidas perdidas, milhares de outras desestruturadas, esfaceladas pela lama do minério, pela ganância do lucro, pela água que falta nas casas e nas vidas.
Mudou o que? Nada! Depois da última tragédia encontramos centenas de barragens colocando em risco a vida de pessoas e do meio ambiente. Some-se a essa lógica destrutiva do grande capital fuçador de terra, o garimpo tarjando nossos rios de lama, lançando mercúrio nas estranhas dos peixes que ribeirinhos, indígenas e a classe trabalhadora comem.
Enfim, vivemos uma emergência ambiental, não fruto exclusivo do aquecimento global, mas da desregulamentação, ou mesmo incentivos governamentais que promovem a grilagem de terras em áreas de florestas públicas, áreas devolutas e territórios indígenas. A derrubada e a queima constituem-se como atividades essencial, primeiro para o boi, segundo aos grãos, atividades econômicas que ampliam a concentração de renda e riqueza, além de destruir o ambiente, em especial nossas nascentes de água doce e violentar a vida de povos originários, quilombolas e ribeirinhos.
O processo destrutivo, capitaneado pela expansão da fronteira agricola é fortalecido por gestões públicas iguais ao dos Governo Bolsonaro e Denarium. Aqui pelas terras de Macunai’mî, chega ao cúmulo da implantação da primeira termoelétrica a lenha da Amazônia para produção de energia ao sistema controlado pelo Estado. Enfim, o que ocorre que não levantamos uma bandeira, cerramos os punhos e avançamos em defesa da vida?
Ações como as realizadas por pesquisadores brasileiros que questionaram o servidor público da Embrapa Evaristo de Miranda, um dos ideólogos do governo Bolsonaro e da bancada do boi no congresso são importantes, poi precisamos destruir os falsos argumentos destes destruidores do ambiente. Miranda é um dos principais defensores do afrouxamento da legislação ambiental no país, atuando desde a década de 1980, o técnico da Embrapa prioriza o "Brasil Fazenda", concentrador de terra e renda, vendendo comodites. As consequências drásticas ao ambiente e a vida ficam em outros planos.
Uma das principais ações do governo Bolsonaro, foi “passar a boiada”, com Sales, reorganizando os processos normativos, mas principalmente com o corte de recursos junto aos órgãos de fiscalização, os quais veem seus parcos recursos arderem em chamas, por meio de ataques que se proliferam, pelo país. O ano de 2022 ainda imporá amplas necessidades de mobilização, pois vários são os projetos que a bancada do boi e o governo deveram tentar aprovar, com apoio do orçamento secreto, operacionalizado pelo Presidente da Câmara.
Não venceremos essa horda apenas no campo das ideias – veja o Brasil decretar um dia de luto a uma pessoa que há décadas morava nos EUA e acreditava que a terra era plana, ao menos em seus caríssimos cursos – precisamos unificar a classe trabalhadora, com assentados da reforma agrária e os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, ocupando as ruas, ganhando consciências da juventude em torno de um projeto de Estado baseado na solidariedade humana e no Bem Viver.
A reconfiguração do abandono da política ambiental deve ser um dos principais pontos nos debates políticos durante as eleições de 2022. Essa pauta deve possibilitar que reordenemos caminhos, protegendo os 6 biomas e indiretamente nossa água doce. "O lucro não pode superar a vida". Se não adotarmos essa insígnia como mantra, veremos nossa vida e de nossos descendentes diretos piorar a cada dia, e conviveremos com um "agro é tudo", inclusive ceivador de vidas, árvores e água.
ESSE É DA BANCADA DE SATANÁS ...
O ex-superintendente, Alexandre Saraiva, da Polícia Federal do Amazonas – responsável por uma das maiores apreensões de madeira ilegal na Amazônia e retirado da superitendência para atender interesses de madereiros – reagiu com essa expressão para denunciar o lançamento da pré-candidatura do famigerado Ricardo Sales, ao Senado Federal, pelo Estado de Rondônia. Para o policial federal existe uma bancada promotora da destruição da Amazônia, na casa alta do legislativo brasileiro, apontando os senadores Mecias de Jesus (Republicano/RR) Telmário Mota (PROS/RR) Zequinha Marinho (PL/PA) e Jorginho Melo (PL/SC) como centro articulador das estruturas que desmatam e destroem a floresta. Na semana passada o juiz Ney Melo (TRF1) liberou boa parte da madeira ilegal apreendida por Saraiva no final de 2020. Enfim, justiça, políticos e empresários juntam-se para derrubar e queimar a Amazônia, sob a proteção do Estado brasileiro.
GAFANHOTOS CORROEM DINHEIRO PÚBLICO NÃO FOLHAS
Nesta última segunda-feira, o Senador da República Mecias de Jesus, perdeu os direitos políticos, foi condenado por improbidade administrativa e determinado que deve devolver ao Estado de Roraima e a União quase R$ 2 milhões, fruto dos desvios capitaneados pelo aliado de Denóquio e outros agentes públicos. A condenação do "senadozinho bolsonarista" é oriunda do esquema dos gafanhotos, estima-se que forram desviados do cofres públicos do Estado cerca de R$ 230 milhões. O atual aliado de Romero Jucá, Neudo Campos, cumpria pena por esse crime também.
Jalser chegou a ser condenado e preso, pelo mesmo crime, mas conseguiu anular a setença, em virtude de erros processuais que restringiram o direito de defesa do larápio. Entre os Deputados que usavam procurações para embolsar dinheiro público na NSAP (Agência Bancária Neudo, Suely, Amigos e Parentes) que funcionava, na Mário Homem de Melo, onde hoje é a igreja da paz, temos ainda outros mandatários que aguardam julgamento.
GARIMPO ILEGAL
A garimpagem incentivada por diversos financiadores, com origem lícita ou não do dinheiro, implementava principalmente nas terras indígenas Yanomami e Rapossa/Serra do Sol a extração ilegal de ouro e diamante. A liberalização é tão escancarada que nesta semana a polícia apreendeu 6 toneladas de cassiterita, minério que para seu transporte exige grandes estruturas. A extração deste minério deve ser realizado em nas áreas de garimpo ilegal cujo acesso deve ser realizado por terra, pois os barcos e os aviões, utilizados na atividade criminosa, não teriam condições de transportar o minério. É preciso barrar o crime que se alastra, causando damos a indígenas e o meio ambiente, mas barrar o crime organizado que lucra com o garimpo no país, protegidos pelo governo Bolsonaro.
LUTO OFICIAL POR OLAVO
Bolsonaro decretou 1 dia de luto oficial ao astrólogo Olavo de Carvalho. Defensor da terra plana, da privatização de serviços e empresas públicas, negacionista da vacina e Covid – apesar de não divulgada causa da morte, o ideólogo da família Bolsonaro confirmou infecção por Covid-19, no último dia 10/01/2022. A mistificação de narrativas e a mentira tornaram-se ferramenta de trabalho de Carvalho, proliferando ideias que capturaram a família Bolsonaro, adepta a teorias da conspiração, ao liberalismo e a guerra cultural contra minorias, principalmente a comunidade LGBTQI+.
Não conseguimos ver essa mesma comoção de Bolsoanro com os mais de 624 mil óbitos pela Covid 19. Nossa bandeira deveria se encontrar em meio mastro desde as primeiras mortes da pandemia, uma homenagem da nação às famílias que lutam, pagam impostos e trabalham em solo nacional, mas a referência de Bolsonaro em relação ao morticínio causado pela Covid foi “Não sou Coveiro”. Ao amigo e astrólogo que morava em solo estadunidense a bandeira será arriada, vai ver que deve ser em nome da afirmação de Carvalho de que “Essa pandemia não existe”.
A CRISE HONDURENHA
A direita latino-americana aprendeu com a política Venezuela a efetividade de dois parlamentos, dois presidentes, um eleito democraticamente, o outro reconhecido por países imperialistas. A prática transforma o desrespeito as eleições como uma prática comum na região, conforme os interesses estadunidenses estejam em risco. Atos que devem ser repudiados com veemência por lideres, partidos, sindicatos e movimentos sociais. A presidenta Xiomara Castro eleita pelo partido Libre, de esquerda, enfrenta uma resistência no parlamento, onde deputados de direita não querem reconhecer o voto direcionado a atual Presidente. Assim, tentam impor o Presidente do legislativo paralelo ao efetivamente eleito por seus pares, demonstrando que a sabotagem do Estado e da democracia é uma tática política da direita. A CELAC precisa urgente emitir uma posição, já a ONU possui mais um teste de fogo, vejamos se a exemplo do que fez com a Venezuela baixará a cabeça.
CRESCIMENTO PERTO DE ZERO
O crescimento do PIB, algo em minha opinião que precisa ser revisto, pois reproduz apenas acumulação da mais valia, não apenas econômica, mas também ambiental, diante da exigência de crescimento anual deste indicador econômico. Acredito que temos que trabalhar com crescimento zero do PIB, vinculado a socialização de renda e riqueza, a fim de que possamos possibilitar a recuperação pela mãe terra dos insumos que extraímos para o nosso viver.
Mas, sob a ótica capitalista o crescimento próximo a zero indica uma estagflação, ampliada com a alta dos juros, abusiva e dilapidadora de recursos públicos em benefício dos interesses de bancos e especuladores financeiros. O FMI reduziu, ontem, a perspectiva de crescimento do país de 1,5% para 0,3%. Essa realidade demonstra a incapacidade do Governo de enfrentar o naufrágio de nossa nau, que se encontra sem timoneiro, navegando em águas turvas que colocam em risco a nação que ver sob o manto da intolerância seus filhos deitados pelas ruas passando fome.
BOM DIA COM ALEGRIA.
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