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Parlamento promove a noite das facas longas que atinge a Democracia

  • Foto do escritor: Fabio Almeida
    Fabio Almeida
  • há 19 minutos
  • 3 min de leitura
Hugo Mota (Republicano/PB) é manipulado por Rueda, Valdemar, Cunha, Lira e Nogueira
Hugo Mota (Republicano/PB) é manipulado por Rueda, Valdemar, Cunha, Lira e Nogueira

Os atos de violência que vivenciamos na Câmara dos Deputados, na noite de 09/12/2025, demonstra claramente que a sanha golpista não teve sua cabeça cortada com as recentes condenações protagonizadas pelo STF. Desta forma, após a prisão dos orquestradores do golpe, a extrema-direita resolveu movimentar suas peças e deslegitimar o acordo que permitiria aos especuladores financeiros tentarem eleger um "mamulengo" à Presidência da República, Tarcísio de Freitas.

A senha dessa movimentação foi a exemplo da “Festa da Selma” dada na sexta-feira, pelo balão de ensaio do bolsonarismo, Flávio Bolsonaro (PL/RJ), ao afirmar em uma entrevista a Record que a retirada de seu nome da disputa presidencial e o respectivo apoio da família Bolsonaro possuía um preço. A conta que coloca em risco a Democracia brasileira, mais uma vez, foi apresentada no domingo à noite, 08/12/2025, aos partidos União Brasil, PP e PL, provavelmente outros aliados, especialmente os extremistas cristãos.

O resultado foi trágico com parlamentares agredidos pela polícia legislativa, por ordem do Presidente da Câmara dos Deputados, prática que não foi adotada quando extremistas de direita ocuparam a mesa diretora por mais de 48h, os primeiros contra a anistia, já os demais a favor da impunidade a golpistas. Naquele tempo a negociação política foi o caminho, hoje a porrada da polícia foi a solução adotada pela mesa diretora. Essa forma de atuação demonstra claramente o recorte de classe que temos em nossa sociedade, aos burgueses pétalas de rosas, aos trabalhadores a brutalidade da polícia.

Os fatos ocorridos deixam claro que o golpe continua a galopar por caminhos tortuosos, não mais escondido por sombras, mas levantando poeira por meio de discursos vazios que referendam retrocessos democráticos conquistados com muita luta pelo povo brasileiro. Aprovar a anistia consiste na prática a continuidade da tentativa de golpe estruturada desde 2019, quando os militares, oriundos da última ditadura militar retornaram, por meio do voto, ao centro do poder, trazendo novas luzes a um novo projeto autocrático, o qual desta vez se refestela com a fé de vastos cristãos de múltiplas denominações, mas especialmente as neopentecostais.

Chegamos em um momento crítico, onde a direita estica a corda ao demonstrar que o governo social-democrata do PT não possui votos na casa legislativa para barrar projetos que afrontam a democracia. A alteração das penas que permite na prática a redução das condenações impostas a quem planejou um golpe de estado, desde o retorno de Lula ao cenário eleitoral, trazendo ao jogo político pessoas que há 3 anos planejavam evitar a posse do Presidente eleito.

Esse cenário já vivemos no país na década de 1950, quando a tentativa de golpe foi enfrentada, mas revertida pela burguesia nacional, levando o país a um período de retrocesso que levou 21 anos. Neste cenário não há outro caminho que não seja o povo tomar as ruas em defesa da democracia. A definição de uma ampla aliança social é necessária e precisa ser reeditada, não há outro caminho que não seja o atual Presidente da República, Lula, conclamar o povo, empresários, intelectuais e celebridades a resistirem a esses novos ataques.

Não enfrentamos um tropeço da história, vivenciamos passos calculados, com investidas direcionadas a atender a continuidade do golpe que além de consolidar caminhos a ruptura política, promove ataques diretos a direitos sociais e coletivos, bem como as organizações populares. Vimos isso claramente com a aprovação de leis que ferem direitos indígenas e ambientais, as quais reconhecem o processo de ocupação irregular de terras e crimes ambientais.

A resistência popular é o único caminho, nossos movimentos sociais, sindicatos, partidos, empresários, intelectuais e celebridades precisam definir uma agenda mínima que mobilize a classe trabalhadora, não apenas para que paremos definitivamente a continuidade do golpe, mas que possamos  superar esse modelo de democracia representativa que se demonstra superado e sequestrado por interesses antidemocráticos e antipovo. Não podemos fechar nossos olhos a esse momento histórico, pois os fatos são sérios e já envereda por atos institucionais de violência contra parlamentares, a qual sobrou inclusive para jornalistas que foram expulsos do plenário da Câmara Federal, demonstrando censura ao exercício da imprensa. O resultado dessa violência foi aprovação da anistia do cumprimento de penas a quem tentou um golpe de estado, grave retrocesso.


 
 
 

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