Ontem, Roraima, o Brasil, o mundo, mas principalmente os povos indígenas perderam um dos principais expoentes no contexto político e cultural, Jaider Esbell, por meio de suas linhas e cores possibilitou que as dores, o sofrimento, o desejo e os sonhos dos povos indígenas pudessem transladar as fronteiras impostas pelos colonizadores, rumo a decolonização do pensamento formador.
As artes plásticas sempre surgem como uma ferramenta política, pois retratam a vida, e a vida é solidificada na busca de superar a opressão. A bienal de São Paulo de 2021, no MAM, possibilitou uma exposição apenas dos indígenas, dando voz e luzes as serpentes que se entrelaçam com força, numa unidade e luta pelo direito à vida.
Tenho apenas a agradecer meu querido, Esbell, todas as vivências que passamos juntos e com outros. Momentos que refletiam uma unidade ancestral em torno da construção do BEM VIVER, modo de se relacionar com a vida e as vidas, possibilitando novas formas de existência.
Você deixou um legado importante, neste curto espaço de tempo, a maior contribuição é sobre o conceito de arte indígena contemporânea, permitindo que olhares pudessem expressar ideias por toda parte do Brasil, principalmente aqui em Roraima. Nas terras de Macunai'mî, as luzes cintilam no meio do lavrado, iluminando um caminho de resistência, você com seus olhares e fazeres contribuiu muito, abraços.
FALTA MEDICAMENTO E ALIMENTOS
O Coordenador do Conselho Distrital de Saúde Yanomami, Condisi, utilizou suas redes sociais para denunciar que o não pagamento da empresa VOARE, por parte do Distrito Especial Sanitário Indígena Yanomami, leva ao desabastecimento na área. Segundo as informações publicadas, falta medicamentos aos usuários indígenas e alimentação aos profissionais da saúde que desenvolvem suas atividades na terra indígena. A ausência de equipes em várias localidades consiste em uma realidade que é denunciada, pelo Condisi, a muitos dias.
Os distritos tornaram-se, desde que o Governo Bolsonaro assumiu o poder no país, em espaços de indicação política. No Distrito Yanomami quem comanda o órgão é o empresário Rômulo Pinheiro de Freitas. Segundo o Senador Telmário Mota, a indicação é do Senador Mecias de Jesus, apoiador de Bolsonaro. Lembro que ambos políticos roraimenses boiam igual ..., encostando onde fizer melhor sombra.
O DSEI Yanamami precisa responder urgentemente à sociedade roraimense sobre as denúncias de desabastecimento apontadas pelo Presidente do Condisi. Aguardamos uma resposta.
AINDA SOBRE A TI YANAMOAMI
Os Yanomami e Ye'kuana que vivem na terra indígena são hoje diretamente afetados pelo garimpo ilegal que confronta a Constituição e impõe uma realidade de conflito e contaminação ambiental.
Recentemente duas crianças morreram tragadas pela força voraz de balsas que destroem as margens e os fundos dos rios, isso ocorreu no rio Parima. Um tempo atrás fomos surpreendidos com milícias lançando bombas e atirando contra indígenas e policiais federais.
A dor da morte não atinge apenas os indígenas. Várias são as famílias que choram seus mortos dentro do garimpo, muitas sem o direito de velar e sepultar seus parentes que sucumbiramdiante da força das armas e das milícias organizadas, pela ganância na busca desenfreada pelo ouro ou diamante.
Mães também choram as viagens de seus filhos e filhas, na aventura do garimpo, muitos para servirem de braços fortes para satisfazer os interesses econômicos ou carnais de proprietários de maquinário e terras, onde se organizam bordéis e bares que ampliam a violência.
O que fazem os Deputados Estaduais para enfrentar este descalabro? NADA. Mas, amanhã estarão realizando uma audiência pública para tentar inibir as operações do IBAMA. O órgão ao entrar nas regiões de garimpo destrói os bens móveis e imóveis encontrados, para inibir a continuidade do crime ambiental cometido pelos garimpeiros. ISSO É UMA VERGONHA PARA ALE?
COP 26
Na cidade de Glasgow, Escócia, representantes do mundo inteiro se reúnem para tentar redirecionar os impactos impostos pela sanha lucrativa do sistema capitalista. As reduções das emissões de gases que contribuem com o efeito estufa, consiste em um compromisso assumido no Acordo de Paris em 2015.
Nesta edição do encontro anual da ONU os países devem apresentar suas metas e compromissos na redução da emissão de gases, sustentáculo da implantação de uma economia e uma gestão verde, em defesa da vida de nossa espécie.
O Brasil ao contrário dos outros países não enviou seus quadros dirigentes à Escócia. O próprio Ministro do Meio Ambiente ainda não chegou na cidade, deixando o país numa posição frágil, principalmente, diante das boiadas que passaram, nos últimos dois anos, dificultando as ações de fiscalização e flexibilizando licenciamento ambiental.
O Brasil assumiu a posição de reduzir a emissão dos gases que ampliam o aquecimento global em 50%, além de zerar o desmatamento. Essas propostas do Governo de Bolsonaro não coincidem com as medidas legislativas priorizadas no Congresso ou mesmo ações já adotadas na região.
Enfrentamos uma ampliação da mineração na região, seja ela legalizada ou não, ampliando diretamente os processos de cortes de árvores, números, os quais, ainda impactados pelo reconhecimento e regularização de terras públicas griladas. No outro lado, o Governo investe em termoelétricas, ao invés de incentivar energia fotovoltaica e eólica. Chegando ao absurdo de autorizar, em Roraima, a implantação de uma TERMOELÉTRICA A LENHA, ampliando assim o processo de emissão de gases na atmosfera.
O pior é a sociedade roraimense assistir letárgica esse processo que iniciará a queimar de árvores em nosso Estado.
Combustível ou lucros nas alturas?
O Brasil enfrenta desde o ano de 2016 uma mudança na gestão dos derivados de petróleo, a qual interfere diretamente no preço dos combustíveis. No Brasil, mesmo que a extração e o refino, por aqui, nas terras das palmeiras, tenha um custo menor do que a produção internacional, a Lei aprovada por Temer, mantida por Bolsonaro garante o custo do produto baseado no preço internacional.
Estes Governos possuem compromisso com a remuneração dos mais ricos. Recentemente a Petrobras anunciou a distribuição de lucros que passam da casa dos R$ 31,6 BILHÕES, deste recurso pouco mais de R$ 11 bilhões vai para o Governo e o BNDES, o restante R$ 20,6 BILHÕES será dividido entre investidores nacionais e internacionais que poderão comprar uma bebida importada e uma carne de primeira para passarem o ano novo, enquanto nós trabalhadores temos que só olhar ou diminuir o consumo de carne, devido o preço do produto. EPA, Ia esquecendo! Nesta dinheirama toda que será distribuída entre os mais ricos, não incide imposto de renda, viu. Realmente o Brasil não é para pessoas amadoras, EXISTE PARA ATENDER OS INTERESSES DE UMA PEQUENA ELITE.
Aliás, a inflação perdeu o controle. O DRAGÃO da década de 1980 invadiu a casa dos brasileiros e brasileiras (daqueles que conseguem ter uma casa diante de tantas perdas no Governo Bolsonaro) aumentando o preço de tudo. Não adianta Bolsonaro culpar a inflação mundial. Leis iguais a essa do petróleo impõe altos custos ao transporte das mercadorias, ampliando o custo final ao consumidor.
A MISÉRIA COMO JUSTIFICATIVA PARA FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO
A PEC dos precatórios, a ser discutida hoje no Congresso Nacional, irá parcelar as dívidas do Governo com pessoas físicas e jurídicas, permitindo ao Governo ter disponível um montante em torno de R$ 80 bilhões para fortalecer seu processo de campanha eleitoral. A MÁGICA SE DÁ PELA MUNDAÇA DA EC 95, USANDO COMO BASE PARA CORREÇÃO DAS DESPESAS PRIMÁRIAS A INFRAÇÃO DO ANO EM CURSO, NÃO MAIS A APURAÇÃO ENTRE JULHO DE UM ANO, E JUNHO DO OUTRO ANO, COMO ERA FEITO. UMA PEDALADINHA CONTÁBIL DO GOVERNO BOLSONARO.
A questão é onde será gasto essa dinheirama toda? Sabemos que R$ 30 bilhões irão para o novo programa social do Governo Federal (de olho nas eleições e nos índices das pesquisas Bolsonaro irá distribuir uma ajuda de R$ 400 paus para cerca de 18 milhões de famílias). Mas, não precisa tirar dinheiro dos precatórios para isso, bastava pegar os R$ 30 bilhões de emendas do relator, usadas para comprar consciências no parlamento. E o restante do dinheiro irá financiar ESPECULADORES FINANCEIROS?
OU ACABAMOS COM A PEC DO TETO DE GASTOS, OU, ELA ACABARÁ COM MILHÕES DE BRASILEIROS E BRASILEIRAS
A EC Constitucional 95 sancionada por Temer em 2016 e mantida por Bolsonaro consiste na PRIVATIZAÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO BRASILEIRO por bancos e especuladores financeiros, no orçamento de 2021, apenas com amortização e juros da dívida pública federal, o Governo Bolsonaro destinou 52% do dinheiro. Isso ocorre devido a EC 95 limitar os gastos com despesas primárias a inflação, liberando o dinheiro público para financiar o sistema financeiro.
Sistema financeiro que não para de rir e festejar as bondades financeiras do Governo Federal. Nesta segunda-feira, o Governo lançou títulos da dívida pública, para resgate em 2024, ou seja, daqui a 2 anos. A remuneração anual será de 12,33%, ou seja, em 24 meses a ganharam quase 25%. Muita grana para esses parasitas do sistema financeiro, enquanto afirma o Governo não ter recursos para que possamos combater a fome do povo brasileiro.
Na última quarta-feira, 27/10/2021, o Banco Central ampliou os juros da taxa SELIC, estes juros são usados para calcular a remuneração dos títulos brasileiros, mesmo que a taxa não suba mais do que os 9,5% previstos até o fim de 2021, o Governo remunerará os especuladores com 12,33%. Ou seja, não é falta de dinheiro. É ausência de compromisso e cuidado com o povo trabalhador brasileiro. Bolsonaro e seus apoiadores defendem apenas os interesses dos ricos.
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