Entidades sociais e políticas de Roraima realizaram, no último dia 06/12/2023, um ato em solidariedade ao povo palestino. No dia 07/12/2023, a Associação Israelita de Roraima postou uma nota indecorosa que acusa as organizações de serem antissemita e defensoras dos referenciais nazistas. A posição adota uma retórica mentirosa, estruturando-se em signos horrendos da extrema direita mundial para ratificar sua política de agressão aos palestinos.
A posição pública e agressiva das organizações israelitas no país, inclusive com ameaças de judicialização, possui como escopo central a vitimização de um povo para justificar seus atos de guerra e os crimes cometidos especialmente, desde o dia 08/12/2023, contra os palestinos. A política de ocupação do território do Estado Palestino, por israelense, consiste numa prática de expurgo de um povo das áreas definidas em 1948. Hoje, os palestinos dispõem de uma área 60% menor que aquela estabelecida em meados do século passado. Ações que denunciem esses fatos não podem ser acusadas de antissemitas, como fizeram os signatários da nota.
Desde o terrível ataque do Hamas em 07/10/2023, considerado um ato terrorista por parte das entidades organizadora dos atos no do dia 06. É importante lembrar que o terrorismo é prática adotada pelos sionistas em toda sua história - não podemos esquecer o ataque ao Hotel King David, em 1946, ou mesmo, o assassinato de Isaac Rabin em 1995 e o entupimento de poçosde água na Cisjordânia com concreto em 2022, todos atos terroristas . Mereceria o povo de Israel ser massacrado por sua atuação? Não. Porém, pode Israel massacrar um povo e suas organizações defenderem isso como legítimo? Não.
O governo de Israel promove uma ação de extermínio de um povo com a morte de mais de 17 mil pessoas, destes 70% são crianças, idosos e mulheres. Esses ataques são impetrados contra uma região que sofre um bloqueio físico e econômico, desde o ano de 2007, ou seja, contra um adversário que não possui tecnologia para se defender. Por isso, a defesa de um cessar fogo é uma tarefa dos movimentos que se indignam com os diversos crimes de guerra cometidos por Israel, inclusive com o uso de fósforo branco em seus mísseis, algo vedado ela ONU.
A violência sionista a frente de postos chaves do governo de Israel é tão grande que em 2 messes de ataques somam-se mais 5.000 crianças assassinadas e outras 2.000 desaparecidas. A outra insana guerra na Europa em 2 anos assassinou 500 crianças. Isso demonstra claramente que o combate ao "terrorismo" consiste em mais um ato de ocupação de território. Principalmente, após as revelações de que o governo israelense conhecia uma ação de assalto a ser realizada na região e nada fez. Na realidade movimentou soldados 3 dias antes para ajudar nos criminosos ataques sionistas a mesquita Al-Aqsa, em 2023 e a ampliação de assentamentos judaicos na Cisjordânia.
O sionismo não reconhece a existência dos 2 Estados, um judeu e um palestino, a defesa deles é de um Estado Judeu, como aprovado em 2018, no Knesset (parlamento israelense). O projeto batizado de Estado Nação, ainda propõe: o Hebraico como única língua oficial; defende a ampliação dos assentamentos judaicos em território palestino, especialmente na Cisjordânia; transforma Jerusalém unificada em capital de Israel; e clássica o povo árabe como uma subcategoria, com restrição de direitos civis e políticos. Essas medidas demonstram claramente o viés agressor dos sionistas que controlam a administração pública de Israel contra os palestinos que lutam pelo seu direito de autodeterminação e respeito ao seu território.
Igualar as vozes em defesa dos palestinos, em Roraima, a práticas nazistas é utilizar-se de um dos piores momentos da história recente do mundo, como forma de vilependiar os judeus assassinados por um movimento, para justificar atos de assassinatos cometidos por Israel. A denúncia permanente das ideias nazistas deve ser uma constante, tendo em vista sua proliferação inclusive no Brasil com o crescimento de células nazistas. Porém, a utilização das práticas nefastas do nazismo para acusar organizações demonstra como entidades israelitas relativizam o ódio de um Estado ao povo judeu, para legitimar o ódio do sionismo contra os palestinos. A menção ao culto ao nazismo e sua vinculação mentirosa as organizações sociais e políticas de Roraima contidas na nota, da comunidade israelita de Roraima, deve ser repudiada pela sociedade.
O combate ao sionismo, consiste no combate à violência como instrumento político, a exemplo do que afirmam judeus em todo o mundo, que marcham contra os ataques do estado de Israel a faixa de gaza, não podemos qualificar essas manifestações como atos antissemitas, como acusa a nota da organização israelense. Não houve e não há no movimento de 06/12/2023, em Roraima, nenhuma posição contra o povo judeu, mas sim, uma posição clara contra os ideais sionistas e sua política de segregação humana, social e econômica de palestinos. Portanto, a afirmação de que o movimento em Roraima é antissemita, como fez a Associação Israelita de Roraima é criminosa e mentirosa.
Precisamos defender claramente a consolidação dos 2 Estados, nos marcos da resolução 182, de 1948. A proposta já reconhecida pelo Fatah precisa ser implementada com os limites dessa resolução, não dos atuais territórios ocupados ilegalmente por Israel. Esse é o caminho da consolidação da Paz que deve ser acompanhada pelo reconhecimento das outras nações árabes e a desmilitarização da região. A convivência entre os dois povos deve ser a busca permanente das organizações unidas, inclusive com o aceite das organizações extremistas de ambos os lados que lutam por território, o pano de fundo de todo esse conflito.
Outra acusação infundada e mentirosa é tentar estabelecer as organizações promotoras do evento em Boa Vista a defesa dos terríveis atos cometidos pelo Hamas. Todas as organizações tiveram manifestações públicas denunciando as barbaridades cometidas pelo Hamas. Não as reconhecer consiste em má fé e promoção da mentira como retórica política. A tentativa de descredenciar as entidades é uma tática que demonstra a ausência de argumentos de manter o debate no campo político, bem como, demonstra que a verdade é a primeira que some das falas de quem apoia atos de guerra, como o faz a Associação Israelita de Roraima em sua nota.
STF
Os próximos 3 dias terão como centralidade o processo de análise de Flávio Dino como possível ministro do superior tribunal constitucional. O bolsonarismo abriu franca oposição contra a indicação de Lula, por compreender que Dino foi é um dos principais defensores de Lula, na atual conjuntura política e árduo combatente dos intentos autocráticos que permeiam a extrema direita. Os ataques vão desde a afirmação que o ex-juiz federal não possui conhecimento jurídico, um contrassenso. A outra narrativa consiste em tentar vincular o atual Ministro da Justiça a organizações criminosas, demonstrando o desespero da oposição. Por último, acusam-no de ser comunista. Dino, foi filiado ao partido comunista do Brasil, porém deixou claro na condução por 8 anos do estado do Maranhão que é um socialdemocrata. A tentativa do bolsonarismo é manter a base reacionária neopentecostal mobilizada eleitoralmente, movimento que parece nãoter tido a repercussão desejada, pois os atos chamados para ontem foram um fiasco. A aprovação de um ex-integrante do partido comunista, atualmente membro do partido socialista brasileiro, ao STF poderá contrapor o terrivelmente evangélico aprovado no governo Bolsonaro.
Posse de Milei
Ontem, o novo presidente argentino anunciou que seu governo irá impor um forte ajuste fiscal com cortes em políticas de amparo à população mais pobre e adotará as orientações do FMI que deverá fazer um novo empréstimo ao país, sobre duras condições de corte de recursos, redução do Estado e privatizações. A lógica adotada ampliará a pobreza, consequentemente o fluxo migratório em direção ao Brasil. Milei criticou a dívida externa do país, contraída no governo de Macri, ex-presidente que indicou o ministro da economia e do banco central que governam ao lado de Milei. Ou seja, a mesma lógica anterior, ao governo de Alberto Fernandez, retorna ao centro do poder argentino, com uma política que levou o país a uma grave crise econômica, agravada pelas exigências do FMI, a crise do capitalismo e os privilégios do estado a determinados segmentos da classe média e burguesia. Os primeiros conflitos irão surgir da política de desfazimento de empresas públicas, os sindicatos não permitiram esse caminho e protestos devem tomar as ruas argentinas. Afirmou, o novo presidente Argentino, que políticas de combate à pobreza só geram pobreza, uma premissa liberal que trará forte impacto na vida dos pobres argentinos.
Crise no PT
A presidente nacional do partido e o ministro da fazenda transformaram a disputa interna dos rumos da economia em uma briga pública, durante o evento realizado pelo PT, no último sábado. A questão central gira em torno da proposta de déficit zero contida na LDO e LOA, essa medida que atende os interesses do mercado financeiro, imporá a necessidade de o governo ter uma arrecadação extra de R$163 bilhões. O ministério da fazenda já trabalha com a necessidade de realizar cortes da ordem de R$51 bilhões, atingindo políticas públicasimportantes ao povo, já que o nova regra fiscal continua a proteger as despesas financeiras de corte. Os princípios adotados pela Fazenda, neste terceiro governo Lula, possuem um viés fiscalista que prejudica a retomada dos fomentos públicos na geração de emprego e distribuição de renda, único caminho a diversificação econômica. O acirramento pode conduzir o governo a uma situação delicada, com seu próprio partido sendo oposição ao orçamento apesentado, o que necessitará de mais concessões a direita bolsonarista. O déficit zero é um erro e precisa ser enfrentado abertamente pela sociedade brasileira.
Minha Casa, Minha Vida
Denarium, se apropriou da política de extinção da dívida do programa, criada pelo governo federal as famílias da faixa 1. Em Roraima, os conjuntos habitacionais Vila Jardim e Murilo Texeira serão contemplados com as novas regras que preveem a extinção da dívida após o pagamento de 60 prestações. O governador de Roraima, em entrevista concedida ao panfleto liberal da radiofonia roraimense, neste domingo, afirmou que a política é do governo do estado e da caixa econômica, não mencionando as medidas tomadas pelo governo federal para garantir o acesso dos roraimenses ao benefício. Esse oportunismo é uma prática recorrente em nosso Estado, onde medidas federais de grande impacto social são apropriadas pelo governo local. É fundamental que o governo federal consiga estabelecer um diálogo com o povo, pois vimos isso quando da construção das casas deste programa, cerca de 10 anos atrás, as quais eram uma ação local, não de todos os entes públicos.
Arbitrariedade
Durante a mesma entrevista, o governador conclamou a população a lerem somente o jornal Folha de Boa Vista, afirmando que o Roraima em Tempo é um jornal imparcial. As críticas são oriundas da atuação do periódico que expõe os desmandos do governador e sua trupe administrativa que levam o Estado a bancarrota, em virtude da péssima gestão e da priorização dos amigos na formulação de políticas públicas. A fala demonstra o descontrole do governador em relação a parte da imprensa, levando-o a desqualificar a liberdade de comunicação ao denegrir publicamente um meio de comunicação Com isso, Denarium passa a integrar um rol de mandatários que estabelecem alguns meios de comunicação como inimigos políticos.
Bom dia, com alegria.
Fábio Almeida
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