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25/03/2024

Foto do escritor: Fabio AlmeidaFabio Almeida

O domingo trouxe uma notícia muito positiva à sociedade brasileira. Foram presos os suspeitos de mandarem matar a ex-vereadora do PSOL/RJ, Marielle, e seu motorista Anderson. A ação da polícia federal, sob determinação do STF, no caso deu-se em virtude da delação premiada de um dos acusados de participar do assassinato, onde aponta a participação do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil/RJ), além dele foram presos Domingos Brazão, do tribunal de contas do estado e ex-deputado esradual, e o ex-diretor da polícia civil Rivaldo Barbosa.


A relação da família Brazão com o crime organizado remonta muito tempo, inicialmente com a estrutura do jogo do bicho, posteriormente como suporte institucional na organização das milícias que têm no braço armado do estado seu principal suporte. O uso da violência sempre é uma prática recorrente da bandidagem, especialmente quando ela consolida alianças com a ordem burguesa, algo não muito difícil e que se espalha por vários países do mundo.


No entanto, temos um problema efetivo neste ponto que consiste na ampliação da participação dessas estruturas criminosas nos espaços de poder. Algo que não é uma novidade na consolidação política brasileira, não podemos esquecer que fomos forjados na política do compadrio, ou seja, as relações privadas superam a lógica do interesse público. Mas, a nacionalização dessas organizações permite uma disseminação do crime por toda a estrutura do Estado, algo que tínhamos conhecimento existir apenas no Rio de Janeiro e Mato Grosso.


Aqui, em Roraima, temos relações entre parlamentares e o crime, algumas são especulações da política, já em outros casos temos investigações concretas que demonstram a relação de parlamentares, advogados e policiais com organizações criminosas. Essa proximidade do crime com o Estado possui o objetivo central de proteger os bandidos, bem como, facilitar a prática de crimes como parece ter ocorrido em relação ao assassinato de Marielle Franco, essa possibilidade é oriunda da deleção premiada que apontou como fundo para o mando a tentativa de o grupo criminoso grilar terras públicas para construção de imóveis, algo que vinha sendo denunciado pela ex-vereadora.


A sociedade brasileira, especialmente a roraimense, necessita enfrentar com altivez esse tema, a fim de evitar a perpetuação dessa lógica de apropriação do Estado por organizações criminosas – apesar delas existirem nas quadrilhas de corrupção – aqui não falo destes canalhas, falo do crime ligado ao tráfico de armas de armas, drogas e pessoas. Não podemos fechar os olhos a essa realidade, como o fizemos em relação ao criminoso garimpo na TI Yanomami, onde vários políticos são apontados de terem balsas em áreas controladas por uma organização criminosa. Aqui, começa a apropriação do estado por essas pessoas, impondo a nós trabalhadores opressão e morte.


A prisão dos suspeitos pela morte de Marielle e Anderson é um importante avanço político no país, pois demonstra o Estado que não admitirá a continuidade da tentativa de silenciamento de lideranças políticas, no entanto é necessário que essa prática avance para os assassinatos de líderes sociais e sindicais, muitas vezes sem identificação dos mandantes do crime.

 

Mais mortes

As chuvas deixaram mais um triste rastro de mortes no Rio de Janeiro. Todos os anos vivemos com essa triste notícia, mas o Estado brasileiro não toma medidas concretas para evitar a continuidade dessas tragédias. A origem da situação encontra-se no deslocamento forçado das famílias mais pobres para locais de risco, expondo-a a riscos constantes, seja com deslizamentos ou enchentes. Precisamos de um processo de reordenamento do nosso espaço urbano, a fim de que as famílias possam ter acesso a residências dignas em locais seguros, para isso é fundamental colocar em prática a constituição federal, ou seja, que os lotes urbanos cumpram sua função social, sendo desapropriados para construção de conjuntos habitacionais. Noutro ponto importante é necessário que possamos coletar água das chuvas de forma eficiente, não é possível que as famílias mais pobres sejam expostas anualmente a perda de seus bens, conquistados com muito suor e esforço. Muitas das localidades atingidas ainda não tinham sido recuperadas do ano anterior.

 

Sem Anistia

Movimentos sociais e partidos políticos de Roraima realizaram uma mobilização, no último sábado, contra a proposta de anistiar os crimes contra a democracia praticados no dia 08 de janeiro de 2023. A proposta de passar pano aos crimes cresce dentro do congresso nacional, após o ato político/religioso realizado por Bolsonaro na avenida paulista. Atualmente, o PL, partido que agregou os representantes da extrema direita após ter indicado o vice de Lula em seus dois primeiros mandatos, exige como compensação ao seu apoio político na eleição do presidente da câmara federal, em fevereiro de 2015, o compromisso de votar anistia a todos os envolvidos na tentativa de golpe de estado. A posição do partido confirma a intenção do golpe, praticado por membros da agremiação, dentre eles o ex-presidente da república. A sociedade brasileira, em nome da democracia, necessita combater essa proposta, a fim de preserva a institucionalidade democrática em nosso país.

 

Não são só bombas

O genocídio praticado pelo sionismo que governa Israel, contra os palestinos vai muito além dos milhares de bombas jogadas sobre as cabeças das pessoas, matando principalmente crianças e mulheres. A prática política de impedir a entrada de ajuda humanitária consiste em outro grave crime de guerra. Segundo a ONU, cerca de 7 mil caminhões com comida, água e medicamentos se encontram no Sinai (Egito), na fronteira com Rafah, cidade localizada dentro do enclave da Faixa de Gaza, que concentra hoje mais de 2 milhões de habitantes, devido o bombardeamento por Israel do norte de Gaza. Uma indecência, fala a ONU, mas deveria a organização apontar crime de guerra, pois ao impedir a entrada de ajuda humanitária, o governo sionista descumpre todos os acordos internacionais quanto a conflitos armados. É hora das nações e da ONU determinarem uma força de Paz na região, negociada com a Autoridade Palestina, caso Israel não aceite deve sofrer as sanções econômicas e militares. Não é possível que a carnificina promovida continue sendo apenas apontamento de retóricas, por parte das lideranças mundiais, ou mesmo de omissões como faz o governo estadunidense. O Hamas informou, neste sábado, que outro israelense morreu, na Faixa de Gaza, em virtude da falta de comida. Ou seja, o governo de Israel além de matar palestinos, mata israelenses que foram aprisionados, pelo Hamas, em sua ação militar, trágica e violenta, realizada em 07/10/2023.

 

Esgoto in Natura

Informações de uma fonte afirmam que de todas as elevatórias existentes em Boa Vista, sob responsabilidade da CAER, apenas duas encontram-se funcionando perfeitamente. As demais estão jogando em nossos mananciais esgoto in natura, prejudicando ainda mais nosso meio ambiente, em virtude da seca extrema que reduziu a quantidade de água em nossos igarapés. Desta forma, comprovada essa situação podemos ter um sério comprometimento dos nossos mananciais, devido ao baixo volume de água e a pouca capacidade de depuração ambiental dos fluídos levará a contaminação dos leitos, causando estragos enormes. Mais um crime cometido pela CAER, comandada pelo senadozinho Mecias de Jesus. Seria importante que a CAER divulgasse o gasto com caminhões pipas e perfuração de poços nesta crise hídrica, bem como quem são os empresários contratados de forma emergencial pela empresa de economia mista.  

 

Bom dia com alegria.

 

Fábio Almeida

 
 
 

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