
A estapafúrdia ideia da anistia aos golpistas de 08 de janeiro de 2023 consiste em sua essência central em um objetivo resoluto de tentar salvar o ex-presidente Bolsonaro. Politicamente ele não é mais a bola da vez da extrema-direita mundial, até porque, a centralidade dos idealizadores desse mundo tosco, violento e forjado para uma minoria não necessitam mais do papel central do Brasil, os rumos é a Eurásia.
No entanto, precisamos internamente potencializar esse debate, pois a lógica de usurpação do Estado burguês para retroagir em direitos sociais e civis conquistados, como quer a extrema-direita brasileira e mundial, não pode ser banalizada numa campanha imoral de anistia política. Quando falamos em anistia política, promovemos uma reconciliação nacional, assim, foi a anistia idealizada no Brasil, nos suspiros finais da ditadura militar. Na África do Sul com o fim do Apartheid, a anistia dos crimes foram uma marca do processo de reconstrução nacional. Os diversos grupos que idealizaram a luta política, armada ou não, voltam a possuir direitos plenos na nova forma de organização do Estado.
Aqui não! Não podemos cair na lorota da pacificação sob a égide da aprovação da anistia. Defender a anistia aos golpistas é adiar o programa do golpe. Já vivemos isso em nosso país, a tentativa de golpe de 1954 foi apenas prorrogada por 10 anos. O que a extrema-direita e os diversos seguidores do ex-presidente buscavam era um golpe de estado, promovido por militares, com Bolsonaro Presidente da República. Esse era o chamado na frente dos quartéis, espaços potencializadores da chamada festa da “Selma”, na realidade foi um show de horrores contra os pilares da recente experiência democrática que vivemos em nosso país.
O compromisso das pessoas que invadiram a praça dos três poderes não era reivindicar direitos, muito menos depredar as sedes representativas da República. O objetivo era impedir a continuidade do governo Lula e instaurar um golpe de estado no país. A sociedade brasileira que se indignou lá no início de janeiro de 2023, não pode esquecer a realidade dos fatos. Acontecendo isso, relegaremos tempos muito difíceis a nossa convivência social, potencializaremos ações golpista que almejam a implantação de uma autocracia cristã/conservadora de viés protofascista. É isso mesmo que queremos como sociedade? É natural que um derrotado nas urnas almeje a tomada de poder? Não. Mas, essa história vemos aos montes na disputa política por nosso grande país, já vimos inclusive em torno do poder central.
Recentemente, o incompetente deputado federal Nicoletti – aquele que bradava apoio de Bolsonaro e terminou pedindo voto para o candidato de Jucá – afirmou que os ataques planejados a sede dos poderes tinham infiltrados da esquerda. O delírio é ultrajante, pois tenta transparecer que a organização dos atos golpistas que circundaram os rincões de nosso país, desde o fim da apuração do primeiro turno das eleições de 2022 é da esquerda, sendo os inocentes extremistas de direita manipulados. Não posso afirmar que seja ridícula essa leitura da realidade, mas, posso sim, dizer que essa retórica é a prática de covardes que circunscrevem a realidade a fim de tentar manter pessoas ao seu lado. Sem a mentira, esses ditos “cidadãos de bem”, são meros energúmenos que bradam desesperadamente sua cultura de ódio.
As recentes declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota (Republicanos), deixam transparecer que o projeto de anistia é uma proposta legislativa que deve seguir seu fluxo normal. Não conterrâneo! Essa proposta impõe a nossa sociedade seu flagelo. Sua adoção levará a primeira fragmentação de nossa nação, pois a Constituição deixará de existir e a República definhará em delírios de uma elite golpista que possui nojo de sentar-se ao lado de um trabalhador.
A aceitação da tramitação da proposta de anistia exporá ao ridículo a força de nossa casa legislativa, Lula deve tá adorando a ideia de se levantar e afirmar, vejam o que eles querem. Desejam uma horda que imporá medo as pessoas. Todas as vezes que se sentirem constrangidos por qualquer ato, a única saída será a violência. Assim, almejamos relegar nossa nação às novas gerações?
Não são idosas e idosos leitores da bíblia. Muito menos, mulheres e homens que passeavam pela praça dos três poderes quando se depararam com a destruição generalizada dos símbolos da República. Na realidade essas pessoas, ou melhor bois de piranhas, foram conduzidas por suas lideranças políticas e religiosas a acreditar que a única saída era o golpe de estado. Portanto, devem pagar pelo seu crime de Tentativa de Abolição do Estado de Direito, ou seja, Tentativa de Golpe de Estado. Legislação essa aprovada pelo governo de Bolsonaro. Havendo um culpado das pessoas estarem sendo condenadas pelo STF, é o ex-presidente que instigou os atos violentos das mais variadas formas, depois de aprovar uma duríssima lei – único partido a votar contra foi o PSOL – que permitiria a prisão dessas mesmas pessoas.
É fundamental que a sociedade brasileira em nome da convivência pacífica promova uma ampla campanha pelo arquivamento de ofício de qualquer medida legislativa que promova a desfaçatez de desconsiderar a tentativa de golpe de Estado. Qualquer releitura a tentativa de retomada do poder político protagonizada e idealizada por militares, empresários, servidores públicos, políticos e profissionais liberais deve ser rechaçada por cada um de nós. Tergiversar sobre esse tema é alinha-se com estruturas teocráticas ou autocráticas que se forjam nas casas e templos pentecostais nas terras de Pindorama.
Culto Golpista
Assim, poderemos chamar os atos de 16/02/2025 que a extrema-direita, animada com a eleição de Trump, tentará realizar no território nacional. Cômico é ver apoiadores de um governo que aumentou os preços de alimentos em 56% em quatro anos, desconsiderando a pandemia os custos com alimentos aumentaram 21% em 2 anos, cobrar do atual governo controle de preços. Não entendi nada, quando vi um dos chamados. Querem eles que o governo controle preços. Mas, não se dizem liberais? São todos na realidade uma farsa ancorados nos desígnios de oportunistas que se encontram em templos promovendo política em nome de Deus. O evento repercutirá as mesmas insígnias de outros encontros, impedimento de Alexandre de Moraes e de Lula. Acredito que o evento será um fiasco, até por que, o governo Denarium encontra-se chateado com Bolsonaro, pois esse recentemente teceu enormes elogios ao senador roraimense do Republicanos, os seja, Denarium foi deixado de lado e amargará condenações necessárias em virtude da tamanha incompetência de gestão promovida em Roraima desde 2015, quando o partido de Denarium governou Roraima, com Suely Campos.
Crime
A polícia civil deflagrou, ontem, uma operação contra supostas ações de violências que seriam praticadas contra estabelecimentos de ensino da rede estadual. Espero que as investigações continuem e havendo culpados que o Estado possa vislumbrar uma recuperação de elos sociais e humanos desses adolescentes, não será apenas o trancafiamento no presídio para adolescentes que solucionará o problema, precisamos de forma integral recuperar a família. O único crime comprovado na operação foi os policiais que reproduziram imagens com as fotos das casas dos adolescentes, algo que é vedado pelo ECA, Lei 8.069/1993.
Marco Temporal
No próximo dia 17/02, o STF retomará os encontros que objetivam resolver ou amenizar os ataques proferidos contra os direitos inalienáveis dos indígenas previstos no artigo 231. O congresso nacional aprovou a Lei 14.701/2023, questionada por partidos e organizações da sociedade , entre elas a APIB, entidade de representação indígena que no final do ano passado retirou-se das messas de negociação por entender que o discurso hegemônico não permitia diálogo, mas sim, monólogos. Ao todo foram apresentados 9 textos de alteração parcial ou integral da Lei, no entanto o cerne dorsal permanece em torno do vilipêndio da cultura de povos.
Bom dia, com alegria.
Fábio Almeida
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