
No próximo de 20 de janeiro quando os católicos glorificam São Sebastião – Santo considerado protetor da fome, das guerras e epidemias. Eu estarei completando meio sécul de existência, considerando que a média de vida de um homem em Roraima é 71 anos, percorri mais de 2/3 de uma vida pautada na resistência ao capitalismo e seu modus operandi segregador de vidas, seja pela exclusão de seu modelo de produção, suas bombas ou seus muros, erguidos para esconder suas mazelas.
Neste meio século, compreendi cedo o processo de exclusão vivido pelo povo. Aos 9 anos me aventurei além da rua de casa e fiz amizades com a molecada do ‘Paú’, entre eles destaca-se meu querido Rona – que o tempo e a distância nos separou – isso, pelas bandas de João Pessoa, minha terra natal. Lá nas vielas da favela beira rio e nas varedas do rio Jaguaribe comecei a me entender como gente, especialmente por não compreender as contradições existentes entre minha família e as de meus amigos.
Ali vivi a luta contra a enchente, vi Dona Ana perderem todas suas coisas. Também vivenciei por lá a sedução do crime que levou e leva muitos deles por caminhos tortuosos, a exemplo do querido ‘gaiato’, morto cedo em uma tentativa de roubo. A prostituição também versava como uma forma de sobrevivência, pois a falta de comida é algo que maltrata de uma forma dura a dignidade das pessoas.
Foi por lá que aprendi a andar no mato, no restinho de mata atlântica que circundava a casa de meu velho pai Arlindo Almeida – falecido em 2006 de um câncer fulminante – preá, teju e pássaros eram caçados para aplacar um pouco da falta de proteína pela molecada. Esses eram os tempos da abertura, a ditadura militar esvaia-se e surgia o sonho da democracia, solapada, no entanto, pela continuidade no poder local dos sustentadores da opressão anterior. Não tinham os generais e os coronéis com suas estrelas, mas os governadores, os deputados, prefeitos e vereadores eram os mesmos dantes, com raríssimas exceções.
Vive criança, com minha mãe na associação de moradores do Castelo Branco, a luta em defesa da Constituição, combatendo a posição da direita contra o SUS, a obrigatoriedade do ensino, os direitos sociais e trabalhistas, especialmente a proteção aos indígenas e negros. Não foi fácil, as mobilizações sociais eram permanentes a fim de se projetar um novo Estado, onde o centro não fosse o processo econômico, mas a garantia do bem-estar social de um povo que naquela época, se não fosse trabalhador com carteira assinada, era atendido como indigente no arremedo de saúde pública existente na década de 1980.
A vivência como estagiário mirim no conselho de assistência social da Paraíba foi de grande aprendizado em minha vida. Alí, aprendi a me relacionar com pessoas, todas mais velhas do que eu. Mulheres e homens aguerridos que lutavam contra as injustiças do Estado. Foi lá, a primeira vez que convive com pessoas que mantinham relações amorosas com outras do mesmo sexo, isso eu tinha 14 anos. Uma surpresa, mas no fundo um grande aprendizado que trouxe para toda uma vida – a exemplo de ser o único candidato a governador de Roraima a apresentar uma pauta específica à comunidade LGBT em Roraima, isso me orgulha muito, mesmo sendo cisgênero e heterossexual.
A maior parte dessas contradições impostas pelo capitalismo vieram efetivamente a ser compreendidas na fase tardia de minha adolescência, quando os livros e a política passaram a ser parte de uma perspectiva concreta de minha vida. O voluntarismo cedeu espaço ao planejamento, a estratégia e a busca efetiva por mudanças. Isso, já no Estado de Roraima, governado pelo remanescente da ditadura, Otomar Pinto e sua oligarquia familiar. Vi o governador ir a televisão, no jornal gravado da TV Roraima, afirmar que a Terra Indígena Raposa Serra do Sol sairia apenas por cima de seu cadáver.
Foi ele que destinou muita grana para financiamento dos arrozeiros, seja por meio do Banroraima ou do Banco de Roraima. Mesmo com toda ação do Estado vivi em Roraima, mesmo a distância, a resistência e a organização dos indígenas que consagraram sua vitória com a demarcação das terras em 1994 no primeiro laudo, posteriormente em 1997, no segundo laudo. As manifestações dos políticos e das ditas famílias colonizadoras que se autodenominam tradicionais eram constantes na praça do centro cívico, em meados da década de 1990. Naquele período, era muito raro uma manifestação indígena na cidade, a luta era consolidada em aliança com não indígenas que ajudavam no na disputa pelo cumprimento do direito consagrado no artigo 231 – questionado hoje pelo senador Hiran Gonçalves que exprime os mesmos preconceitos de antes e projeta a tutela das terras para grandes proprietários.
Foi em Roraima que iniciei minha militância política, a primeira delas a luta para que a Escola Técnica Estadual não fosse encampada pela UFRR, como queria o outro anti-indígena Mozarildo Cavalcante. Foram dias de paralisações, muitas negociações, muitos gritos de ordem, mas que se concretizaram na criação da autarquia que hoje é um dos principais centros de formação de nosso Estado. A agrotécnica não seguiu o mesmo caminho, sua estrutura – bem melhor que a vivida na ETRR – foi apropriada pelo curso de Agronomia e o curso fechado, reaberto novamente após a segunda metade dos anos 2000 por força judicial. Luta essa que ajudei a construir já no movimento universitário, desde minha fase na reorganização do DCE/UFRR, reaberto em 1997, onde tive a honra de ao lado de muitos queridos amigos e amigas ser seu Diretor/Presidente, época do Prof. Sebastião Alcântara, vulgo Sese, que teve como sua maior obra uma passarela que ligava, sem cobertura alguma, o bloco 1 e 2 ao bloco 3, na época chamado de Kuwait.
Foi nesse período do DCE, com nosso querido Edgar Borges, que idealizamos o uso do tempo da semana cultural - na década de 1990, o calendário universitário parava em cada semestre por uma semana para promoção cultural. Na realidade eram férias no meio do semestre, mas em 1997, realizamos duas semanas culturais, lindas, maravilhosas. As expressões culturais de hoje passaram por lá em sua grande maioria, Eliakim, Zeca Preto, Josimar Souza, Mike GuyBras – hoje GuiBrasVen – dentre outros artistas, escultores, escritores. Música, fogueira e jovens sonhadores que lutavam contra a reafirmação de um estado reacionário e preconceituoso. Nessa época a mazela social, para elite política e empresarial, eram os maranhenses, como hoje são os venezuelanos e haitianos. A classe política de Roraima sempre arrumou justificativa para esconder suas estruturas de corrupção.
Foi no ano de 1997 que lutamos contra a polícia civil pelo Malocão da UFRR para ser uma referência de instalação efetiva do DCE, ganhamos a parada e foi lá que realizamos as duas semanas culturais - uma pena o DCE ter abandonado aquela edificação. Outro momento marcante foi a luta pela gratuidade de transporte dos estudantes, movimento em conjunto com a URES e a representação da escola de formação de professores – essa liderada pelo nosso representante hoje no CONANDA, Paulo Thadeu. Perdemos a gratuidade e ficamos com a meia passagem. Em 2005 perdemos a gratuidade para estudantes entre 8 e 12 anos. Fruto da luta do capital e sua sanha pelo lucro, em detrimento de melhorar a vida do povo pobre de nosso Estado, até os dias de hoje assim agem nossos parlamentares, defendendo direitos de enpresas.
A luta política na rua era uma realidade em Roraima, tínhamos uma esquerda ativa e frenética que mobilizava pessoas, lógico que não com a força da direita, mas fazíamos a luta nas ruas, com muitos oradores que consagravam a questão local como centralidade e polo aglutinador– caminho que o progressismo e a esquerda precisam retomar, deixando a centralidade da disputa nacional que nos afasta, nãonos une, esse um mal que fez arrefecer a luta a partir da chegada de Lula no poder em 2003. O fora Collor consagrou eventos importantes que se coadunavam com o direito as demarcações das terras indígenas, a realização de concursos públicos e a criação de assentamentos da reforma agrária. Essas pautas aglutinadoras renderam muitas mobilizações. Eu as vivi de perto, inclusive com falas em algumas delas.
A luta contra a ladroagem do governo Neudo Campos e sua privatização do SUS por meio da CoperPai, ou mesmo, a criação da agência pagadora NSAP, em parceiria com o banco do Brasil – que denomino Neudo, Suely, Amigos e Parentes - funcionava onde hoje temos a Igreja da Paz, na Mario Homem de Melo - foi nessa estrutura que se orquestrou o esquema dos gafanhotos que condenou vários políticos roraimenses, a exemplo de Barac Bento ligado a igreja batista e ex-prefeito de Boa Vista. Outros conseguiram se manter no poder a exemplo de Mecias de Jesus, Aurelina Medeiros e Jalser Ranier, todos condenados com processos parados há décadas na segunda instância da justiça federal.
Foi a luta contra os desmandos dos políticos locais que me forjou como pessoa e me fez caminhar à esquerda, com muito estudo e debate político, fui militar no PCdoB em 2001, após meu retorno de São Gabriel da Cachoeira/AM. Essa uma das maiores experiências sociológicas e antropológicas que vivenciei. Passei 2 anos de minha vida caminhando no coração da floresta amazônica, meu trabalho na Funasa – onde desenvolvo minhas atividades laborais até hoje – era combater a malária que matava naquela região indígenas como o SarsCov2 ceifou vidas na pandemia. Cheguei com muito dor na consciência a utilizar óleo queimado para controlar a incidência de Anopheles. Ou utilizava esse artifício horrível, ou deixava crianças padecerem da malária.
Foi na Funasa que compreendi a importância do sanitarismo na transformação de vidas e na educação ambiental uma ferramenta emancipadora de direitos. Trabalho que promovo com muita satisfação. São nas comunidades rurais que vemos o povo brasileiro em sua essência. Lá que encontramos a escada de jabuti para aplacar os efeitos dos gametocitos e da primaquina que agem sobre nosso fígado. Poder levar água tratada, ver a alegria de uma família na conquista de seu primeiro sanitário e chuveiro são ganhos humanos que me fortalecem como pessoa. Sabe, passo a ser mais gente com meu trabalho, apesar de todas as contradições impostas pelo serviço público neste país, especialmente em nosso Estado.
Como secretário político do PCdoB em Roraima, aos 24 anos de idade, quase elegemos o primeiro indígena à Câmara Federal, meu querido Zé Adalberto saiu do ginásio Hélio Campos ovacionado pelas pessoas que gritavam “o Índio é Deputado”. Mas, não deu certo, entrou em nossa vaga a senhora Suely Campos, esposa do governador da época, Neudo Campos que perdeu a vaga do Senado, isso tudo no ano de 2002. Nessa época a apuração era feita por disquetes, no caso específico faltavam uma urna do Uiramutã e outra de Caroebe, falei ao Adalberto com a diferença que temos estás eleito, podes ir. Mas, os dois disquetes que chegaram posteriormente trazidos apenas por policiais militares não tinha nenhum voto para o Adalberto e algumas centenas para a ex-governadora de Roraima, no periodo de 2015 a 2018. Foi triste termos tido surrupiado esse momento político dos povos indígenas de Roraima. Depois conseguimos ver a Joenia Wapichana exercer um mandato na última legislatura.
Foi a frente do PCdoB que participei da luta pelo direito a moradia em Roraima, uma pauta permanente, ainda hoje, que nos idos anos de 2005 nos levou a ocupação de 15 hectares que o conselheiro Henrique Machado tinha no atual Centenário. Foram messes de luta ao lado da atual dirigente do MTST em Roraima, Maria Ferraz. Perdemos a batalha, parte significativa dessas pessoas passaram meses alojados na sede do PCdoB, pois não tinham para onde ir. Em um desses momentos foi minha primeira detenção realizada na frente da Prefeitura Municipal de Boa Vista, determinada por um Prefeito filiado a meu partido.
Outra vez que fui detido foi em Santa Isabel do rio Negro quando um delegado abusado prendia crianças indígenas que queriam entrar em uma escola católica na festa de colação de grau, neste dia cheguei a ser agredido pelo delegadozinho que se irritou com meus questionamentos que ele infringia o recente estatuto da criança e do adolescente, isso foi em 1999. A terceira experiência de detenção foi pela atual diretora da escola de formação de policiais, a delegada, a época de Alto Alegre, me deteve e prendeu nosso único carro – que servia inclusive como carro de som da candidatura pelo PCdoB de Ivone Amorim – apesar da legislação nos permitir o seu uso no dia anterior as eleições. Nenhuma dessas detenções teve prosseguimento de inquéritos. Mas, duas vezes o medo surgiu com força, a primeira em Alto Alegre quando tive explicitamente uma ameaça de morte e outra em Boa Vista quando comemorávamos a queda de Flamarion Portela e um conhecido do BOPE me avisou que a ordem era me quebrar todo. Mas, isso faz parte da luta contra o sistema político corrupto que temos em Roraima.
Enfim, nesses 50 anos sempre estive ao lado do povo, em suas lutas objetivas por melhorias da qualidade de vida. Isso, permitiu-me disputar o governo de Roraima por duas vezes, em momentos conjunturais delicados, uma em 2018 e outra em 2022, neste intervalo disputei a Prefeitura de Boa Vista. Essas experiências foram maravilhosas, permitiram-me compreender melhor os limites das eleições burguesas. Uma alegria foi ter derrotado o Senador Telmário Mota em 2018, não batemos a Suely Campos, em virtude de altivamente ter me posicionado contra a militarização das escolas, pergunta feita pelo ex-governador Anchieta Júnior que em um dos momentos levou seu troco, quando afirmei que corrupção não era um problema em sua forma de gestão. Agradeço muito ao meu ex-partido PSOL que me deu essas 3 oportunidades de debater os rumos de um governo com viés classista.
No entanto, nesses 50 anos, estou preocupado conosco. Os rumos que nossa sociedade toma demonstra a completa capitulação de grandes parcelas dos trabalhadores e trabalhadoras em direção a teoria do domínio e da prosperidade, pautados por segmentos estruturados no cristianismo que almejam a implantação de uma teocracia no Brasil. Quando perdemos a capacidade de compreender que algumas propostas são importantes para nós que vendemos nossa força de trabalho e combatemos os interesses de lucro do patrão? Essa é uma das questões que estudo hoje, para tentar encontrar uma resposta. A luta pela reforma agrária que era uma bandeira apoiada pela classe média urbana, hoje é demonizada. Hoje vejo muitos trabalhadores afirmando que a direita brasileira está certa ao defender a desvinculação da aposentadoria do salário-mínimo. Isso é atirar no próprio pé. É colocar a raposa para yomar conta das galinhas. Como chegamos a essa compreensão de mundo tão deformada e cada vez mais afastada dos interesses da classe trabalhadora e mais próximas dos interesses da burguesia, muitos possuem o sonho de se tornar empresário e reproduzir os processos de opressão vivenciados em sua vida laboral Na verdade terminarão aposentados e com a possibilidade de receberem menos de um salário-mínimo para sobreviverem.
O crescimento da extrema-direita pelo mundo, pode trazer à tona violências contra povos e pessoas vivenciados, em boa parte dos Estados Nação, na primeira metade do século 20. Como chegamos a fortalecer propostas excludentes do direito a vida de nossos irmãos? Caminhemos com cuidado, mas reordenemos nossa estratégia a fim de transformar essa dura realidade que penaliza pessoas, capturando o mínimo de consciência de classe que tínhamos na mente de nosso povo. A Aliança do extremismo protofascista com as grandes empresas da rede mundial de computadores consiste em uma ampliação da mobilização dos próprios trabalhadores e trabalhadoras para apoiar a perda de direitos sociais, políticos, econômicos e ambientais que conquistamos com muita luta e sangue na história de nosso país. É necessário reagir.
Recuo Errado
O governo tinha que ter mantido a instrução normativa Nº2219/2024 da receita federal, enfrentando dessa forma as notícias falsas sobre ela, capitaneadas pela extrema-direita em aliança com os mercados financeiros. Para o povo, a proposta já equiparava a proposta de isenção do imposto de renda até R$5 mil, ou seja, as movimentações até esse valor deixariam de ser comunicadas pelas instituições financeiras, olha que falamos de uma parcela significativa de nosso povo. Hoje as instituições financeiras são obrigadas a prestar essas informações só que a regra vigente estabelece movimentações acima de R$2,6mil. No entanto, o mercado que aproveita a ausência dessa obrigatoriedade as Fintechs e as empresas que trabalham com moeda digital, para ludibriar o governo sonegando imposto sobre a renda, potenalizou a resistência a nova portaria que estabelecia a obrigatoriedade de informações para todos os agentes financeiros. Hoje esses bancos digitais são os principais caminhos da lavagem de dinheiro da corrupção e do crime organizado, em virtude de as normas em sua maioria abrangerem apenas as instituições bancárias.
A desistência do governo federal em bancar a continuidade desse cabo de guerra contra a sonegação de imposto demonstra a fragilidade política governamental frente as campanhas orquestradas nas redes sociais. Retirar a proposta é demonstrar fraqueza e possibilitar a elite financeira a continuidade da sanha sonegadora que retira merenda escolar e remédios das mãos de nosso povo. Esse foi um péssimo sinal em um ano pré-eleitoral. Segundo os bastidores será editada uma medida provisória para apreciação pelo congresso nacional, o resultado pode ser mais desastroso ainda, com a legitimação da sonegação de impostos.
A vitória da extrema-direita com suas notícias falsas deve acender um aleta no governo, em virtude do apoio direito que esse movimento terá do governo estadunidense para potencializar sua inserção social, especialmente após a aliança estratégica firmada entre a Meta e o governo de Trump que tomará posse em 20/01. Esse 16/01/2025 poderá ser o primeiro passo do retorno dessa frente política retrograda ao poder em Brasília em 2026, ante um governo fraco no campo da comunicação, restará ao povo apostar mais uma vez em aventuras políticas que pode ter como saldo a privatização de serviços públicos e consequentemente o encarecimento da vida de nosso povo.
Denarium Mentiu
Em um encontro com a Ministra da Saúde Denarium afirmou que as escolas na TI Yanomami funcionam de forma efetiva. Entre 2019 e 2022 as escolas Ynaomami e Ye’kuana estavam jogadas as traças, grande parte delas inclusive fechou as portas. O processo de retomada ocorre coma a chegada de Lula à Presidência da República. Apenas em janeiro de 2023 que parte das escolas começaram a receber novamente a merenda escolar e os professores a serem recontratados. Na cara dura ele afirmou ao ser questionado que as 30 escolas no território de Roraima, na TI Yanomami estão funcionando, o rosto tenso durante a fala demonstrava que a informação não tinha sustentação, consistia em mais uma das informações desencontradas de um governo medíocre que governa para os ricos. O que não consigo entender é como o governo federal ainda aposta em uma aliança estratégica com Denarium na saúde pública, eivada de apontamentos de irregularidades na gestão de recursos públicos, fatos esses apontados pelas policiais e pelas auditorias dos órgãos de controle.
Tudo em Casa
Recentemente a esposa de Denarium, que para justiça estadual não é casada com o atual governador, arquivou processos de investigação contra ele por desvio de dinheiro público. O voto deve ter sido lido na cama do casal, a fim de garantir o cumprimento do papel da conselheira de contas que é proteger seu marido de denúncias por crimes contra a administração pública.
Dança das cadeiras
O reestabelecimento da aliança entre o governador Denarium, O Cassado, e o presidente da Ca$a Legi$lativa imporá a devolução a Sampaio da gestão da educação pública, bem como, o mandatário do palácio Senador Hélio Campos terá que acomodar 3 parceiros investigados por crimes contra a administração pública que governavam os municípios de Bomfim, Iracema e Pacaraima.
O único parlamentar que demonstrou força após o decretão de demissões em Roraima foi o Senador Hiran Gonlaves que teve desde o dia 06/01/2025 a nomeação de todos os cargos comissionados vinculados a SEABRAS, administrada pela esposa do Senador que possui como secretária-adjunta a esposa do atual presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira. A demissão em massa de servidores comissionados que pela constituição estadual podem chagar a 80% dos cargos de livre nomeação do governador foi necessária por 2 motivos objetivos, economizar recursos e permitir que os novos titulares das secretárias possam nomear seus indicados, desde que esses bebam no cocho de Denarium.
Neste caso específico é incompreensível como ex-gestores investigados por desvio de dinheiro público possam ser nomeados para cargos na gestão estadual. Se bem que com a manutenção da secretária de saúde, Denarium demonstra que rigidez na aplicação de recursos públicos não é uma de suas metas administrativas. Se assim o fosse já teria demitido Cecília Lorezonni, muito amiga da conselheira do TCE que não é esposa de Denarium, segundo a justiça federal e age no TCE oara proteger os seus.
Bom dia, com alegria.
Fábio Almeida
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