Coluna Tucandeira 30/07/2025
- Fabio Almeida

- 31 de jul.
- 6 min de leitura
Atualizado: 11 de ago.

Vivemos um processo de queda de um império militar. Os EUA desde a segunda guerra mundial demonstraram um grande poderio militar, as criminosas bombas atômicas lançadas sobre o rendido Japão demonstraram claramente o que viveríamos nos próximos anos. Apoio a golpes de estado, a exemplo do brasileiro em 1964, financiamento de armas a rebeldes e guerrilheiros, a exemplo do Talibã, ou mesmo tentativas de ocupação efetiva de territórios, a exemplo do Vietnã marcaram o pós guerra e a lógica estadunidense de fazer dinheiro com a morte.
Apoiado sobre armas que já se demonstram frágeis, o Hutis do Iêmen mostraram isso agora em 2025, Trump resolveu subverter os consensos políticos de acordos internacionais, impondo suas vontades sobre outras nações. Os acordos políticos/econômicos firmados com o Japão, Vietnã, Indonésia e a União Europeia demonstram que o interesse estadunidense não é estabelecer relações econômicas equitativas, mas sim subjugar os dirigentes políticos destes países ao interesse estadunidense, além de os humilhar publicamente como ocorreu com o primeiro-ministro escocês.
Impor ao Japão isenção total aos produtos estadunidenses, taxar as exportações em 15% e obrigar o país a investir US$560 bilhões nos próximos 10 anos consiste em um acinte a soberania daquela nação. Essa postura adotada em relação aos outros países, possibilitam um isolamento estadunidense nos próximos anos, em virtude de uma atuação violenta que não respeita nenhum dos acordos internacionais vigentes. Durante o império romano, o César, afirmava que a lei era ele. Assim, acredita ser Trump, momentaneamente ao conseguir vitórias, mas, em breve verá seu declínio, restando a brutalidade armamentista como única saída. Economicamente, novas estruturas e relações respeitosas serão consolidadas, retirando a dependência dos países, especialmente na gestão financeira, hoje centralizada nos EUA.
Alemanha e França, outros dois grandes produtores agrícolas e industriais do velho continente, já demonstraram insatisfação em relação ao acordo firmado pela União Europeia. Não há vida econômica sem a capacidade dos países em regularem e protegerem suas economias. Assim, agem os dois países que afirmam ser uma tragédia o acordo firmado, atingindo diretamente a soberania das nações. Na prática, o acordo não deve ser homologado pelas nações de forma fácil, podendo inclusive ser rejeitado, por lá, a esquerda e a extrema-direita já assumiram posições claras contra o acordo, impondo aos governos centrais a necessidade de superar a vassalagem e adoterem uma posição mais nacionalista.
Neste contexto, o Brasil destaca-se ao endurecer claramente a negociação, ao afirmar que se encontra pronto para sentar à mesa, no entanto, não admite ingerência sobre a soberania nacional. Internacionalmente, o Brasil pode assumir essa posição, em virtude dos governos do PT terem diversificado a carteira de comércio, possibilitando uma estrutura financeira que não inviabiliza integralmente os setores econômicos. O impacto, se possível, da suspensão de todas as exportações brasileiras aos EUA, teríamos uma redução de algo em torno de 1,5% do PIB. Esse número é importante? Sim. Especialmente em virtude dos empregos gerados. Mas, não representa uma tragédia econômica ao país. Diferentemente de países como Vietnã que possui nesse comércio bilateral cerca de 33% de seu PIB. Essa diferença permite ao Brasil um certo fôlego para contrapor o imperialismo estadunidense que por meio de documentos oficiais apontou como uma das condições para se rever as taxas, o fim do processo contra Bolsonaro, exigência inadmissível que agride nossa Constituição.
O país prepara um elenco de medidas a serem anunciadas, na próxima quinta-feira, em cadeia nacional pelo Presidente da República. Ainda não divulgadas, as medidas integram: parte da produção alimentícia a merenda escolar; garantia de compra para estoques reguladores do que pode ser armazenado; além de taxações específicas que não impactam em aumento da inflação em nosso território. As medidas em minha opinião deveriam atingir o setor financeiro estadunidense, as remessas de lucro deveriam ser taxadas em 50%, imposição contábil suspensa se os recursos fossem reinvestidos no território brasileiro.
No entanto, nesta disputa geopolítica, entre governantes com perfis ideológicos distintos trouxe a baila alguns temas importantes que precisam ser observados. Um deles consiste na proposta estadunidense de que poderia adiar o início da taxação de 50% se o Brasil lhe passasse a exploração de minérios, especialmente os chamados Terras Raras. Essa chantagem explícita do governo estadunidense, contra nossa nação, em torno da expropriação de nossa riqueza do subsolo. O pior foi ver parlamentares, veículos de comunicação e empresas apoiarem a iniciativa, demonstrando como vivemos tempos difíceis em nosso país. Nem os militares, durante o golpe militar, tiveram posição tão subalterna, como a adotada por alguns partidos e movimentos empresariais.
O resultado prático das atuais medidas dos EUA será o aprofundamento de acordos entre os blocos econômicos, bem como de forma bilateral entre os países. Outra medida que veremos ser adotada é a desvinculação do comércio do dólar, bem como, o declínio da plataforma financeira SWIFT que cederá lugar para outras iniciativas. Após, as abusivas taxas impostas aos países, bem como, os critérios draconianos nos acordos firmados levarão as nações construírem caminhos que se afastem da dependência estadunidense.
Trump estica a corda
Apenas 48 horas antes de entrar em vigência as criminosas taxas impostas pelos EUA contra o Brasil, a gestão pública estadunidense demonstrou que não quer estabelecer diálogo, ao impor sanções, com base em uma Lei estadunidense, aprovada para combater crimes contra os direitos humanos - aqui vale um adendo, como punir Alexandre de Moraes e não punir o genocida Presidente de Israel. Além disso, é incompreensível como uma nação adota sanções contra pessoas e países, se normas da ONU estabelecem que apenas o conselho de segurança da ONU é o espaço para o estabelecimento desse tipo de punição. Porém, o candidato a ditador mundial não respeita a Lei, ou mesmo direitos humanos, vejamos a perseguição a quem defende o Estado Palestino no território estadunidense. A ação do governo Trump é um ataque à Constituição, ao povo brasileiro e à nossa nação. O fato deve ser repudiado veementemente, especialmente em virtude de condicionar outros ministros a sofrer com as mesmas sanções se condenarem Bolsonaro a cadeia por tentativa de golpe de Estado. O Brasil não pode submeter sua liberdade de autodeterminação aos interesses dos EUA, o pior é vermos parlamentares comemorarem ataques de outras nações a instituições da República.
Fome em Gaza
A escala da fome, estabelecida pela ONU, vai de 0 a 5. Em Gaza, cidade palestina que sofre uma ação genocida por parte do governo e forças armadas israelenses, ver crianças e idosos morrerem todos os dias devido à fome. Ontem, a entidade classificou que a fome no território palestino chegou ao índice 5. Enquanto isso, o governo israelense e estadunidense distribuem um vídeo mostrando pessoas comendo na faixa de praia de Gaza, após a expulsão dos palestinos e a transformação da região em uma área turística para a elite mundial. Os ataques do sionismo israelense, que governa o país judeu, sobre Gaza precisam ser suspenso imediatamente, bem como a entrada de ajuda humanitária e de saúde é necessária para garantir o mínimo de proteção humana aquele povo, a fim de que não apareçam na história, como um grande campo de concentração a céu aberto. Duas notícias importantes foram veiculadas nesta última terça-feira, tanto o governo francês, quanto o britânico anunciaram reconhecer o Estado palestino, até setembro. Desta forma, é salutar a imediata suspensão dos ataques que já mataram, apenas na Faixa de Gaza, mais de 50 mil pessoas, destas 18 mil são crianças.
O que é isso desembargadora?
O ex-governador Neudo Campos, condenado pelo esquema dos gafanhotos, ver desde o ano de 2015 um de seus filhos envolvido diretamente com organizações criminosas, assim foi durante na gestão, Suely Campos que não conseguiu concluir seu mandato, circundada por várias investigações de malversação de recursos públicos. O criminoso garimpo na TI Yanomami, comprovadamente possui relação direta com políticos, servidores públicos e empresas locais. A última notícia envolveu, mais uma vez, o filho dos ex-governadores, preso com ouro e mantimentos em uma pista de pouso localizada no município do Cantá. As informações da ANAC não apontam se a pista é regularizada ou não. Se não for regularizada deveria o Estado desapropriar a terra que dá suporte ao garimpo na TI Yanomami. Se a pista é regularizada deveria o responsável responder por associação criminosa e a pista ter sua autorização de funcionamento cancelada. Porém, o bebezinho de Neudo Campos não ficou nem 24h detido. Uma desembargadora federal deu liberdade ao bandido, reincidente em crimes contra o Estado brasileiro.
Bandalheira Geral
O Congresso Nacional transformou-se em uma casa de horror. Atos enaltecendo o presidente de outro país quanto a agressão proposta, emendas secretas, vários parlamentares investigados por envolvimento em desvio de dinheiro, oriundo do orçamento secreto e das emendas PIX. Esse tipo de emenda é transferido ao destino, sem vínculo com nenhum objeto a ser executado, facilitando dessa forma esquemas de desvio de dinheiro público, como demonstra as investigações realizadas pela PF. Porém, o escracho é tamanho com a nossa cara que pagamos inúmeros privilégios e salários altos a juízes e médicos. Agora os parlamentares enviam recursos para pagamentos de suas empresas. O fato ocorreu na bancada de Sergipe que destinou R$656 mil para pagamento da empresa de Laércio de Oliveira, deputado federal, sócio da Franca Vigilância. É muita cara de pau.
Não sei de nada!
O secretário de estado da SEADI, informou em entrevista ao panfleto digital e rediofônico da direita roraimense, não conhecer qual o impacto orçamentário concedido pelo povo roraimense à produção de grãos e gado de grandes proprietários, com base na Lei 215/1998. Segundo o secretário, a informação deve existir na SEFAZ, mas que o Estado não avalia os efetivos custos da isenção de ICMS que compõe o financiamento da saúde e da educação. Assim, funciona a atual gestão de Denarium, aos amigos tudo, ao povo enganação generalizada. E contratos em diversas pastas superfaturados.
Bom dia, com alegria.
Fábio Almeida





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